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MP prende 4 dirigentes de empresas de ônibus de SP suspeitos de ligação com facção

Bens dos investigados foram bloqueados, chegando ao valor de quase R$ 600 milhões; Justiça de São Paulo determinou que a SPTrans assuma imediatamente as operações das linhas

9 abr 2024 - 11h54
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Quatro dirigentes das empresas de ônibus Transwolff e UPBus, que operam em São Paulo, foram presos em uma operação do Ministério Público (MP) nesta terça-feira (9).

Armas e dinheiro encontrados na casa de dirigente de empresa de ônibus de São Paulo
Armas e dinheiro encontrados na casa de dirigente de empresa de ônibus de São Paulo
Foto: Divulgação/Ministério Público / Perfil Brasil

A ação incluiu 52 mandados de busca e apreensão e envolve suspeitas de conexão com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação, envolvendo polícia militar, Receita Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), visa combater abusos de poder econômico.

Entre os detidos estão Luiz Carlos Efigênio Pacheco e Robson Flares Lopes Pontes, ambos da Transwolff. Houve ainda a prisão de Joelson Santos da Silva e Elio Rodrigues dos Santos.

A Justiça de São Paulo determinou que a SPTrans, estatal de transporte, assuma imediatamente as operações das linhas das empresas administradas pelas empresas.

As duas companhias envolvidas transportam cerca de 15 milhões de passageiros mensalmente. Decisões judiciais bloquearam os bens dos investigados, chegando a quase R$ 600 milhões. Dirigentes devem se afastar dos cargos e cinco deles, ligados à UPBus, estão sujeitos a medidas cautelares.

Empresas usadas para lavagem de dinheiro

A investigação aponta que as empresas eram usadas para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes pelo PCC. Suspeitas de infiltração do crime organizado no transporte público de São Paulo datam desde os anos 1990, quando parte do sistema era operada por perueiros clandestinos.

Em 2003, a prefeitura transferiu a operação para empresas privadas, incluindo a Cooperpam, que foi posteriormente substituída pela Transwolff. Os dirigentes da cooperativa foram acusados de pressionar cooperados a transferir o controle da empresa para a Transwolff, além de se apropriarem de parte de sua remuneração.

Em 2013, a Transwolff assinou um contrato emergencial, prorrogado por anos, até que em 2019 a prefeitura assinou 32 contratos de concessão para as linhas de ônibus da cidade. No caso da UPBus, o MP afirma que diretores eram membros da cúpula do PCC.

Após o assassinato de um dos donos, Anselmo Bicheli Santa Fausta, descobriu-se que outros membros da facção, como Alexandre Salles Brito e Claudio Marcos de Almeida, também estavam envolvidos. Parentes dos investigados também foram encontrados na sociedade da empresa, cujas atividades econômicas não condiziam com o capital investido.

Perfil Brasil
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