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MT: Bebê sobrevive após ser abandonado por 10h em matagal

Mãe disse à polícia que rejeitou a criança por medo de ser abandona pelo marido, que não queria outro filho

10 abr 2014 - 18h48
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Um bebê recém-nascido, do sexo feminino, resistiu durante 10 horas após ser jogado  pela própria mãe, envolto em uma toalha de banho, em um matagal em Cáceres, no interior de Mato Grosso, a 225 quilômetros de Cuiabá. Ele foi encontrado no domingo por uma moradora que ouviu o choro e chamou a polícia.

A vendedora de boutique, V.B.S, de 29 anos, que escondeu a gravidez por nove meses de todos os familiares e conhecidos, rejeitou a criança e resolveu descartá-la dessa maneira.

A delegada Mariell Antonini Dias, titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM), em Cáceres, no interior de Mato Grosso, a 225 quilômetros de Cuiabá, que apura o caso, comentou o crime, “afirmo de antemão que, ao concluir o inquérito policial, essa mãe será indiciada por tentativa de assassinato e supressão de estado de filiação. Porém também investigo a participação do pai. Como que um marido não sabe de uma gravidez por tanto tempo? É no mínimo estranho”.

A equipe da DEDM, após investigações, identificou a mãe na tarde de quarta-feira. A mulher tem outros três filhos, todos menores de 12 anos e, assim como o bebê rejeitado, nascidos de parto normal. Em depoimento, confirmou o que fez e alegou que estava com medo de ser abandonada, já que o marido havia lhe dito que não queria mais ter filhos.

V.B.S. deu a luz no banheiro de casa, no domingo, por volta das 21h30. Depois, enrolou a recém-nascida em uma toalha de banho azul. Quando amanheceu, levou-a com o carro da família, um Renaul Clio, para um terreno próximo.

Quando a menina foi encontrada, ainda tinha o cordão umbilical pendurado, indicando que teria sido rasgado, e suja de sangue e fezes. O pai não estava em casa e os filhos dormiam em outro quatro. Todos disseram à polícia não terem percebido a manobra para se desfazer da filha.

Em depoimento, a vendedora chorou muito e se mostrou arrependida. “Quero minha filha de volta, foi o que ela disse para mim”, relatou a delegada. “Só que ela teve a intenção de matar, já que não tomou os devidos cuidados, principalmente de assepsia, e deixou a criança no matagal, abandonada à própria sorte, ao invés, de, por exemplo, entregá-la à adoção”.

A criança recebeu cuidados médicos no Hospital São Luiz de Cáceres. Ela recebeu alta nessa quinta-feira, sendo levado pelo representante do Conselho Tutelar e um oficial de justiça à audiência que ocorre neste momento na Vara da Infância e Juventude de Cáceres.

Caberá à juíza Leilamar Aparecida Rodrigues decidir o destino da recém-nascida. A menina pode voltar à família biológica, já que tem preferência pela guarda. O processo corre em segredo de justiça. 

Fonte: Terra
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