MT: Polícia investiga morte de jovem que misturou bebidas
Rapaz de 16 anos participou de brincadeira chamada "vira-vira" durante festa
Um adolescente de 16 anos morreu na madrugada de domingo (9) após ingerir vários tipos de bebidas alcoólicas de uma vez só, fazendo a chamada brincadeira do “vira-vira”, em uma festa de amigos em Juína (MT).
“Ele misturou”, disse o delegado Rodrigo Costa Rufato, que abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte precoce. Rufato pediu o exame de necropsia, para confirmar uma possível intoxicação fatal e o que a provocou.
Dois vídeos, feitos durante a festa, estão sendo compartilhados pelo Whatsapp e mostram o rapaz fazendo o vira-vira com tequila e depois deitado em um colchão, já apagado. Os colegas aproveitam o estado de inconsciência para pintar parte partes do corpo dele. “Era só uma reunião de amigos, mas acabou nisso”, lamenta o delegado, que vai convocar todos que estavam presentes para depor, ou seja, cerca de seis homens. “Até onde sei, não havia mulheres, exceto a dona da casa”.
Foi ela que acionou a Polícia Militar, quando o dia amanheceu, e viu que o adolescente, que ainda estava no colchão, não acordava. A PM, por sua vez, acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito. O delegado não soube dizer ainda quem é essa mulher.
Rufato acredita que, ao final do inquérito, ninguém será responsabilizado pela ocorrência, exceto se for identificado que houve negligência e também quem forneceu bebida para menores de idade, embora também houvesse adultos na festa.
A médica Rene Elizabeth, diretora regional adjunta da Associação Brasileira de Psiquiatria no Centro Oeste , explica que o álcool tem um efeito depressor das funções do sistema nervoso central, baixando o nível de consciência. “Elevado grau de intoxicação alcoólica pode provocar uma parada cardíaca e causar a falência das principais funções vitais”, adverte a psiquiatra.
Ela adverte também que esse limite de intoxicação suportável varia de pessoa para pessoa, e que as de maior porte, em tese, tendem a suportar mais. Porém, uma série de fatores pode influir nisso. Se a pessoa for cardíaca, por exemplo, pode sentir mais rápido os prejuízos do álcool, assim como se estiver tomando algum remédio.
A médica destacou que a psiquiatria se preocupa com o fenômeno do alcoolismo e principalmente com a ingestão, cada vez mais precoce, de bebidas alcoólicas, já que, segundo ela, esta é uma porta aberta a outras drogas ilícitas, como a maconha e a cocaína.