O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que ocupa um terreno próximo à Arena Corinthians, popularmente conhecida como Itaquerão, em São Paulo, diz que o acampamento “escancara” as contradições causadas pela Copa do Mundo. O estádio será palco da abertura do evento.
“Não se trata apenas de uma oportunidade. A Copa do Mundo trouxe um processo de muita contradição. O nível de investimento que se teve nos estádios e em outras obras: R$ 30 bilhões do dinheiro público gasto na Copa, enquanto você vê precariedades em várias áreas sociais”, diz Guilherme Boulos, da coordenação do movimento, ao ser questionado se o evento esportivo representa uma oportunidade para os movimentos sociais. Não por acaso, o acampamento foi nomeado “Copa do Povo”.
Boulos diz que a área está abandonada há 20 anos e é utilizada para especulação imobiliária, que é muito forte na área, principalmente devido ao evento esportivo. “Houve, por conta das obras do estádio e das obras viárias relacionadas ao estádio, uma especulação imobiliária muito grande na região, que aumentou o preço dos aluguéis, que criou um problema social que fez com que a ocupação ocorresse lá.”
O MTST explica que muitas famílias que estão no acampamento foram vítimas dessa especulação, pois não conseguiram mais pagar seus aluguéis. O movimento diz também que haveria uma dívida com o poder público e isso poderia viabilizar a compra do terreno. Segundo Boulos, a única resposta do poder público até agora para o acampamento foi feita pelo prefeito Fernando Haddad, que disse que a prefeitura analisará se há realmente uma dívida e se a área é “passível de produção de moradia”.
Questionado se acredita que a Copa do Mundo verá muitos protestos, Boulos diz: “O MTST e o movimento de Resistência Urbana vão fazer sua parte fazendo mobilizações e levando as pautas dos trabalhadores.”
Por fim, o representante do MTST afirma que o acampamento vai durar o tempo que for necessário - “até uma solução para o problema de moradia”.
5 de maio - Integrantes do MTST continuam ocupação de terreno próximo à Arena Corinthians
Foto: Peter Leone / Futura Press
3 de maio - Sem-teto ocupam terreno na região da Arena Corinthians, em São Paulo
Foto: Gabriela Biló / Futura Press
3 de maio - Grupo montou acampamento no terreno que é particular
Foto: Peter Leone / Futura Press
3 de maio - Ocupação ocorreu de maneira pacífica
Foto: Peter Leone / Futura Press
3 de maio - Segundo o MTST, ocupação reúne 1 mil famílias
Foto: Gabriela Biló / Futura Press
6 de maio - Segundo MTST, a única resposta do poder público até agora para o acampamento foi feita pelo prefeito Fernando Haddad, que disse que a prefeitura analisará se há realmente uma dívida e se a área é passível de produção de moradia.
Foto: Bruno Santos / Terra
6 de maio - Movimento diz que há uma dívida com o poder público que pode viabilizar a compra do terreno para construção de moradias populares
Foto: Bruno Santos / Terra
6 de maio - Pessoas acampadas conseguem água, mas não têm saneamento básico no local
Foto: Bruno Santos / Terra
6 de maio - Muitos dos acampados são de famílias que não conseguiram pagar seus aluguéis
Foto: Bruno Santos / Terra
6 de maio - A região do estádio, afirma o movimento, sofre com a especulação imobiliária, principalmente por causa da Copa do Mundo
Foto: Bruno Santos / Terra
15 de maio - Bandeira colocada em meio à ocupação traz imagem de caveira
Foto: Alan Morici / Terra
15 de maio - Mulher prepara comida em cozinha improvisada no acampamento
Foto: Alan Morici / Terra
15 de maio - Homem prepara estrutura para instalar barraco
Foto: Alan Morici / Terra
15 de maio - Após ocupação, barracos foram montados no terreno
Foto: Alan Morici / Terra
15 de maio - Bandeira do MTST foi colocada no terreno pelos responsáveis pela ocupação
Foto: Alan Morici / Terra
15 de maio - Homem carrega colchão e outros itens em ocupação
Foto: Alan Morici / Terra
15 de maio - Segundo MTST, ocupação é forma de pressionar governo
Foto: Alan Morici / Terra
15 de maio - Mantimentos são guardados de maneira improvisada em ocupação
Foto: Alan Morici / Terra
4 de junho - Manifestantes do MTST ocupam a Radial Leste em em frente à estação Vila Matilde do Metrô, em São Paulo
Foto: Alan Morici / Terra
4 de junho - O ato reclama da reintegração de posse de um terreno na região da Arena Corinthians, estádio de futebol conhecido popularmente como Itaquerão, marcada para o dia 16 de junho em plena Copa do Mundo
Foto: Alan Morici / Terra
4 de junho - PMs observam a manifestação
Foto: Alan Morici / Terra
4 de junho - A passeata chegou à Arena Corinthians, estádio que será palco da abertura da Copa no dia 12
Foto: Alan Morici / Terra
4 de junho - Manifestante se enrola em bandeira brasileira
Foto: Alan Morici / Terra
4 de junho - Os manifestantes dizem que reuniram 25 mil pessoas, a PM contabilizou 12 mil
Foto: Alan Morici / Terra
4 de junho - O MTST ameaça fechar vias em dias de jogos na Copa do Mundo
Foto: Alan Morici / Terra
4 de junho - Os sem-teto ameaçaram intervir na reunião da Fifa em São Paulo
Foto: Alan Morici / Terra
4 de junho - Eles questionaram os benefícios da Copa do Mundo para os brasileiros
Foto: Alan Morici / Terra
4 de junho - Os sem-teto aplaudiram os operários que constróem a Arena Corinthians, e foram aplaudidos de volta