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Mulher acusada de levar idoso morto a banco disse que 'não tinha problema se ele estivesse se machucando'

Segurança de shopping em que Érika esteve com Paulo contou que chamou a atenção dela porque o pé do idoso estava arrastando no chão

18 abr 2024 - 11h26
(atualizado às 12h02)
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Resumo
Segurança de shopping em que mulher esteve com idoso um dia antes de ir à agência bancária, onde foi constatado o óbito dele, disse que chamou a atenção dela porque o pé do idoso estava arrastando no chão, e ela pareceu não se importar.
Morto em banco: novas imagens mostram idoso inerte ao chegar em agência no RJ
Morto em banco: novas imagens mostram idoso inerte ao chegar em agência no RJ
Foto: Reprodução

Um dia antes de Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, levar Paulo Roberto Braga, de 68 anos, em uma cadeira de rodas até uma agência bancária, onde foi constatado o óbito dele, ela esteve com o homem no Shopping Real, em Bangu, no Rio de Janeiro.

Um segurança do local, que preferiu não se identificar, contou que ele chamou a atenção da mulher ao perceber que o pé do idoso estava arrastando no chão e ela pareceu não se importar.

Segundo o funcionário, ao chegar ao shopping em um carro de aplicativo, ela pediu uma cadeira de rodas. "Fiquei esperando ela até quase a hora do shopping fechar porque ela tinha que entregar a cadeira. Quando falei com ela ainda alertei do pé dele, ele estava torto e com o pé arrastando no chão, a meia dele já chegava estar rasgada. Ela me respondeu que ele era assim mesmo, que não tinha problema se estivesse machucando. Ajudei ainda a colocar ele de volta no carro de aplicativo, que ela chamou", disse o homem ao O Globo.

Érika voltou ao shopping no dia seguinte, na terça-feira, 16, e foi ao espaço onde as cadeiras de roda ficam disponíveis e pegou o equipamento novamente, sem pedir ajuda dessa vez. "A cadeira que ela pegou ontem [dia 16] sumiu e até agora não achamos. Ela foi pela rua chamando atenção das pessoas porque já foi arrastando ele torto, empurrando ele com o mesmo descaso que ela estava tratando ele na segunda-feira e sem carinho nenhum com o coitado do senhor", afirmou o segurança. 

Idoso levado morto ao banco foi visto vivo um dia antes do caso; veja vídeo:

Motorista de App diz que idoso estava vivo

O motorista de aplicativo que levou a mulher e o idoso até a agência bancária prestou depoimento à polícia na quarta-feira, 17. Ele relatou que o idoso estava vivo no trajeto e que 'chegou a segurar a porta do carro', segundo o Uol. 

Conforme o condutor do carro de aplicativo, o momento em que Paulo segurou na porta foi no desembarque do veículo, já no estacionamento de um shopping. Então, a mulher o colocou na cadeira de rodas e ele encerrou a corrida. De acordo com relato, ele deixou os dois no shopping do bairro porque o acesso de veículos é proibido na agência bancária.

O motorista também contou que a mulher teve ajuda de outro homem para colocar o idoso dentro do carro, antes de iniciar a viagem, pois ele não andava. As filhas da mulher também participaram da ação.

Relembre o caso

Érika foi presa em flagrante acusada de levar o cadáver de Paulo em uma cadeira de rodas a uma agência bancária e tentar sacar um empréstimo de R$ 17 mil no nome dele. O caso aconteceu na terça-feira, 16, em Bangu (RJ). A defesa dela alega, no entanto, que Paulo Roberto teria morrido dentro da agência.

O laudo do exame de necropsia que foi produzido pelo Instituto Médico Legal (IML) constatou que Paulo morreu por volta das 11h30 e 15h20 da terça-feira, por broncoaspiração do conteúdo estomacal e falência cardíaca. O perito que assinou o documento, porém, disse que não é possível confirmar se o idoso morreu antes, durante o trajeto ou quando já estava na agência bancária.

Em um vídeo gravado por uma funcionária do banco, é possível ver Érika segurando a cabeça de Paulo, que pendia para trás. Ela também tenta fazê-lo segurar uma caneta. Quem aponta que o idoso não estava bem é a atendente do estabelecimento. Pouco depois, a polícia foi acionada.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local e constatou o óbito. A polícia foi acionada após funcionários da unidade estranharem a atitude da mulher.

Apesar da alegação da defesa da suspeita, um dos socorristas do Samu afirmou que o idoso estava morto havia pelo menos duas horas. Conforme o depoimento, o tempo que o idoso estava sem vida foi constatado devido os livores – manchas arroxeadas que correspondem às zonas de falta ou acúmulo de sangue – que seu corpo apresentava. Essas características costumam aparecer após esse período em que a pessoa já está morta. 

Além disso, uma das funcionárias do banco relatou às autoridades que achou o idoso muito debilitado, em um primeiro momento, mas, ao se aproximar, orientou que a assinatura fosse feita por ele igual à da carteira de identidade. Ela percebeu que ele estava pálido e sem sinais vitais quando ele não respondeu no momento em que deveria assinar o documento para liberar o empréstimo.

Fonte: Redação Terra
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