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Mulher é investigada por ofender professoras negras em MG

Em áudios divulgados e confirmados pela autora até uma criança é colocada para xingar a professora.

31 ago 2017 - 12h35
(atualizado em 22/9/2017 às 10h37)
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Uma mensagem racista compartilhada em grupos de whats app pode levar para a prisão a mãe de uma criança em Araporã, cidade situada no Triângulo Mineiro. No áudio, Luciana Faria Diniz faz ofensas racistas às professoras das filhas e se mostra revoltada com remanejamento das profissionais: “Mas tá desgraçado. Porque preto de lá e preto de cá. Que desgrama de tanto preto.”

O delegado Armando Filho já ouviu a autora dos xingamentos e disse que ela se defendeu alegando que era uma brincadeira e que estaria envergonhada. A pena por injúria racial varia de um a três anos de prisão.

A professora Vanilda Batista de Oliveira foi quem comunicou o fato à polícia. As crianças da sala tem 10 anos, em média, e num dos áudios uma criança repete o que a agressora havia falado: “Que chato tia, tudo negra, tudo preta”.

A reclamação teve início depois de um remanejamento de professores pela direção da escola. Irritada com a mudança das professoras a mãe fala que foi conversar com uma funcionária e que foi advertida pelos comentários, mas mesmo assim prosseguiu: “Tinha que pegar tudo preto do fim do ano pra frente?”

“Subaquento e dente fedido”

Luciana fala que não “dá certo com preto porque quando chega perto de um tá com "subaqueira” e continua: “Chego perto do outro os dente é fedido, tá com a boca podre. Aí eu não dou certo com preto, nem com preta. Agora que desgraçou. Se me fizer raiva amanhã na secretaria eu vou falar ‘minha filha de preto que eu gosto é só a coca zero porque eu ainda tenho diabetes.”

Em seu perfil numa rede social, Luciana tenta atribuir culpa a outra professora. Ela diz primeiro que está triste com Sônia Lima e que a considera traíra para, depois, dizer que Sônia havia falado sobre as duas novas professoras: uma seria mal educada e sem paciência para trabalhar com crianças e que a outra era “espetacular e sem defeitos”. Após a repercussão do caso ela apagou o depoimento.

Por causa das ofensas, a criança também não tem frequentado mais as aulas. A professora Vanilda disse que ela chegou a ir um dia, mas até os colegas de outras salas ficaram agitados com sua presença.    

A Prefeitura repudiou o fato e se solidarizou com as profissionais agredidas. Em nota, “prometeu atuar de forma implacável contra mensagens de ódio e preconceitos”.

Leia, a seguir, a íntegra do comunicado da Prefeitura de Araporã sobre o ocorrido:

"A Prefeitura de Araporã vem a público manifestar seu repúdio a recentes demonstrações de racismo divulgadas em redes de mensagens de WhatsApp contra professoras de etnia negra que atuam em nossas escolas com profissionalismo, desvelo e paixão pelo magistério.

A Administração Municipal não compactua nem aceita que ataques com base em preconceitos raciais, sociais, de gênero, de orientação sexual ou de credo sejam feitos em qualquer espaço público ou contra servidores municipais.

A Prefeitura Municipal se solidariza com as profissionais de educação atacadas e registra seu compromisso em atuar de forma implacável contra mensagens de ódio e preconceito não somente no ambiente escolar como em todos os espaços da Administração. E registra seu empenho em promover ainda mais uma política de respeito aos direitos humanos, nos termos da boa cidadania e das formas defendidos na Constituição Federal."

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Fonte: Especial para Terra
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