Mulher faz vaquinha para bancar prejuízo de carro incendiado por vândalos em Brasília
Mãe solo e maquiadora autônoma, ela também perdeu os produtos de trabalho que estavam no veículo, que estava sem seguro
A maquiadora Gabi Braga teve seu carro incendiado nos atos de vandalismo que ocorreram em Brasília, na última segunda-feira, 12, incitados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Autônoma e mãe solo, ela fez um apelo nas redes sociais após o ocorrido e abriu uma vaquinha virtual para conseguir arcar com os custos de um novo veículo, fundamental para seu sustento.
O carro, que ficou "só a carcaça", segundo destacou, estava sem seguro. Além disso, Gabi, que trabalha em Brasília, explicou que tinha acabado de atender uma cliente e que, por isso, também perdeu seus produtos de maquiagem que estavam todos dentro do carro incendiado
"É revoltante passar por isso", desabafou.
Para tentar contornar a situação, a vaquinha virtual aberta por ela tinha como meta arrecadar R$ 50 mil. Com sua história ganhando ampla repercussão na internet, na manhã desta quinta-feira, 15, ela conseguui superar a meta, conquistando mais de R$ 57 mil com a ajuda de mais de mil apoiadores.
"Por mais que existam pessoas ruins, que fazem esse tipo de vandalismo, eu acredito que existam muito mais pessoas do bem. Pessoas que se prontificaram em compartilhar, que ajudaram com qualquer quantia, com oração e com qualquer tipo de energia positiva. Isso me deixa com o coração muito quentinho, saber que ainda existe esperança", declarou a maquiadora, emocionada, na noite de quarta-feira, 14, por meio dos stories em seu perfil no Instagram.
Ataques
A noite de segunda-feira, 12, foi marcada por cenas de violência e depredação por parte de manifestantes bolsonaristas. O grupo incendiou veículos, como ônibus e carros, e tentou invadir a sede da Polícia Federal (PF) em Brasília, após a prisão de um líder indígena apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). As manifestações antidemocráticas ocorreram horas após a diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Militantes vestidos de verde e amarelo agiram em diversas localidades da capital federal, como em shoppings, postos de combustível e também próximo ao hotel onde o presidente e o vice-presidente diplomados, Lula e Alckmin, estavam hospedados.