Mulheres são sequestradas após pedirem corrida por aplicativo em Salvador

Quando Silvia (nome fictício) publicou em uma rede social que havia sido sequestrada ao entrar em uma corrida de Uber, em Salvador (BA), neste mês, ela acreditava apenas que estaria alertando outras mulheres para situações futuras. Mas, em vez disso, ela passou a receber relatos muito similares ao que viveu: mesmo carro, mesma placa e mesmo motorista conduzindo o veículo.

Até o momento, três mulheres foram sequestradas e registraram Boletim de Ocorrência (B.O.) em delegacias da capital baiana. Outras deixaram comentários no vídeo que Silvia publicou e apagou em seguida, com medo de que a repercussão a deixasse ainda mais exposta. Os casos de conhecimento da polícia ocorreram em um intervalo de 15 dias. 

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"Ele cancelou a viagem quando eu entrei no carro, e eu falei 'Moço, tá procurando outro motorista'. Foi nesse momento que ele anunciou o sequestro", conta uma das mulheres. O motorista estava armado em todas as ocasiões.

As vítimas precisaram fazer transações via Pix para o homem, que depois as deixou em diferentes pontos de Salvador. A soma das quantias enviadas, segundo as mulheres, ultrapassa o valor de R$ 20 mil.

"Ele disse que eu deveria agradecer por ele não ter me estuprado ou matado", disse uma das vítimas.

Às mulheres, o motorista contava que havia saído recentemente da cadeia e que o carro que usava era roubado. Não há nada que comprove tal versão.

Ao Terra, uma delas enviou o registro do B.O. feito de forma online. A vítima também registrou o roubo do celular, que foi levado pelo motorista.

A Polícia Civil da Bahia encontrou o registro de dois dos números de boletins registrados. Sobre um deles, afirmou que o caso será investigado pela 9ª Delegacia Territorial da Boca do Rio. O outro está com investigação em andamento, e não terá detalhes divulgados para não interferir no caso.

Após questionamentos do Terra, a Uber afirmou que desativou temporariamente a conta do motorista parceiro "assim que a empresa tomou conhecimento do episódio".

"Segurança é prioridade para a Uber e a empresa está sempre buscando, por meio da tecnologia, fazer da sua plataforma a mais segura possível, de uma forma escalável. Hoje uma viagem pelo aplicativo já inclui ferramentas de segurança antes, durante e depois de cada viagem, tanto para os usuários quanto para os motoristas parceiros", diz trecho da nota.

Leia na íntegra a nota enviada pela Uber:

A Uber lamenta que cidadãos que desejam apenas se deslocar sejam vítimas da violência que permeia nossa sociedade. Esperamos que as autoridades possam identificar e responsabilizar o autor dos atos criminosos. A empresa permanece à disposição para auxiliar no curso das investigações, nos termos da lei. A conta do motorista parceiro utilizada foi temporariamente desativada assim que a empresa tomou conhecimento do episódio.

Segurança é prioridade para a Uber e a empresa está sempre buscando, por meio da tecnologia, fazer da sua plataforma a mais segura possível, de uma forma escalável. Hoje uma viagem pelo aplicativo já inclui ferramentas de segurança antes, durante e depois de cada viagem, tanto para os usuários quanto para os motoristas parceiros.

Durante a viagem, o aplicativo conta com o botão Recursos de Segurança, que reúne funções de segurança da plataforma. O recurso, permite que usuários e motoristas parceiros possam compartilhar a sua localização e o tempo de chegada em tempo real com quem desejarem, além de oferecer a opção de ligar para a polícia em situações de risco ou emergência diretamente do app. Ao pressionar este botão, além de efetuar a ligação, o usuário será informado de sua localização atual e informações do veículo em viagem. No Rio de Janeiro, Maranhão e no Pará, esse recurso já foi integrado com o serviço 190 para que os operadores do serviço de emergência recebam automaticamente a localização em tempo real e os dados da viagem em que foi originada a chamada. O projeto reproduz uma integração que a Uber já faz com os serviços de atendimento a emergências em mais de 1.200 cidades dos Estados Unidos, além de diversos estados no México, África do Sul e Canadá.

Além disso, todos os parceiros cadastrados na Uber passam por uma checagem de apontamentos criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos para cadastramento na plataforma, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o país, em tempo real, em busca de apontamentos de crimes que possam ter sido cometidos. A Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas parceiros já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses.