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O que se sabe sobre o furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército em SP

Armamentos seriam inservíveis, segundo as autoridades, que investigam o caso sob sigilo

18 out 2023 - 13h11
(atualizado em 19/10/2023 às 19h45)
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Exército realiza treinamentos contínuos para manuseio do armamento pela tropa
Exército realiza treinamentos contínuos para manuseio do armamento pela tropa
Foto: Exército Brasileiro/Divulgação

O Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri, teve 21 metralhadoras furtadas, na Grande São Paulo. O armamento é avaliado em R$ 800 mil, e as armas são capazes de derrubar aeronaves e até perfurar veículos blindados. No entanto, segundo o Exército, as metralhadoras estariam inservíveis, e haviam sido recolhidas para manutenção.

O caso está sendo investigado sob sigilo pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), sediado em Brasília. O Comando Militar do Sudeste (CMSE) está apoiando todas as ações de investigação do caso. 

Os militares deram falta das metralhadoras no dia 10 de outubro, durante uma inspeção do arsenal. Foi verificada uma discrepância no controle de 13 metralhadoras calibre .50 e oito de calibre 7,62. Os armamentos eram inservíveis, e estavam recolhidos para manutenção. Segundo o Exército, foram tomadas todas as medidas administrativas para apurar o fato, e um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado.

Os armamentos inservíveis estavam no arsenal, que é uma unidade técnica de manutenção, responsável também por iniciar o processo de destruição dos armamentos que tenham sua reparação inviabilizada.

Policiais aquartelados

No dia 14 de outubro, cerca de 480 militares foram impedidos de sair do quartel, para contribuir com as ações necessárias no curso da investigação e serem ouvidos pelas autoridades.

O Comando Militar do Sudeste (CMSE) informou que, nesta terça-feira, 17, o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) passou da situação do estado de prontidão para sobreaviso, o que significa uma redução do efetivo da tropa aquartelada. Houve uma diminuição no número de militares que estavam no quartel, sem poder sair, devido à investigação.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse nas redes sociais que o furto das metralhadoras pode ter "consequências catastróficas", se as armas forem destinadas ao crime organizado, colocando a população em risco.

Características do armamento

Segundo publicado pelo Estadão, os equipamentos furtados são armas usadas em guerras e com alto poder destrutivo, sendo capazes de disparar até 550 tiros por minuto, segundo especificações técnicas do armamento.

Documentos técnicos das Forças Armadas apontam que a .50 pesa 38,1 quilos, sem contar outros 20 quilos do tripé que acomoda o armamento no solo. Ela tem 1,75 metro de comprimento e atinge alvos com eficácia a mais de um quilômetro de distância.

É considerada não portátil por não ser transportada de forma ativa facilmente, mas, além do solo, pode ser instalada em veículos terrestres e aquáticos e possui suportes voltados a alvos aéreos a baixa altitude.

Parte do armamento recuperado no RJ

Oito das 21 metralhadoras desviadas do Arsenal de Guerra em SP foram recuperadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quinta-feira, 19, em uma operação coordenada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). O material foi localizado em uma área dominada pelo tráfico de drogas. 

As investigações levaram os policiais a uma comunidade no bairro Gardênia Azul, na Zona Oeste da Capital Fluminense. As armas, dentre elas quatro metralhadoras de calibre .50, estavam no porta-malas de um carro, embrulhadas em sacos pretos e fita adesiva. 

Após a operação, as metralhadoras foram levadas à Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio de Janeiro, até que o Exército as buscasse.

Militares envolvidos no furto  

Em entrevista coletiva, o General de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, apontou que há militares envolvidos no furto, mas eles não foram identificados, para não comprometer a investigação. 

"A linha de investigação mais provável é de que as armas foram desviadas mediante furto com participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo, embora nenhuma hipótese tenha sido descartada até o presente momento. Há possibilidade de o extravio ter ocorrido no lapso temporal de 5 a 8 de setembro", apontou o general na coletiva.

Também nesta quinta-feira, o Comando Militar do Sudeste informou que o diretor do Arsenal de Guerra será exonerado após o furto das metralhadoras.

Fonte: Redação Terra
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