Ônibus, trens e metrô já estão mais caros em São Paulo
Reajuste no valor das tarifas de transporte, para R$ 4,40, passou a valer na virada do ano
SÃO PAULO - O valor da passagem dos ônibus municipais de São Paulo, do Metrô e dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) subiu de R$ 4,30 para R$ 4,40 na virada do dia 31 para este 1º de janeiro de 2020. O valor havia sido anunciado no dia 19 por técnicos da São Paulo Transporte (SPTrans) e confirmado pelas gestões do prefeito Bruno Covas (PSDB) e do governador João Doria (PSDB) no último dia 20.
O argumento para o reajuste foi o crescimento dos custos operacionais dos sistemas, mas ambos os governos ressaltaram que o aumento, de 2,33%, ficou abaixo dos índices de inflação apurados ao longo de 2019, que passaram dos 3%.
No caso dos ônibus, se passageiro usar bilhete único (que é obtido mediante cadastro na Prefeitura), a passagem paga com o cartão dá direito a embarque em dois coletivos diferentes em um intervalo de três horas. Caso o pagamento seja em dinheiro, os R$ 4,40 dão direito a uma única viagem.
Já no caso do Metrô e dos trens, a transferências entre os sistemas de trilhos é gratuita. O valor pago dá direito a usar quantas linhas o passageiro precisar. Mas a integração com os ônibus é tarifada.
A tarifa integrada, que dá direito a uma passagem de trem e/ou de metrô e a uma passagem de ônibus, subiu de R$ 7,48 para R$ 7,65, um reajuste de 2,27%. Caso pague os dois meios de transporte com dinheiro, o valor é da soma das tarifas, ou R$ 8,80.
Passageiros que carregaram seus cartões do bilhete único até o dia 31 terão descontados os valores antigos da passagem até os créditos se esgotarem. Quando os créditos comprados a partir desta quarta-feira forem ser usados, o valor cobrado já será o das novas tarifas.
O anúncio do reajuste das tarifas causou reações. O Movimento Passe Livre (MPL), grupo que organiza protestos contra aumento de passagens, convocou em suas contas na redes sociais, para o próximo dia 7, às 17h, uma manifestação na frente da Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá.
A Prefeitura de São Paulo, que subsidia o transporte público por causa da segunda passagem gratuita do bilhete único e por uma série de outras gratuidades (como passe livre para idosos e estudantes) cortou benefícios ao longo dos últimos três anos (como o direito a até três viagens com um bilhete) e, após um atraso de seis anos, assinou novos contratos com os donos das empresas de ônibus em 2019.
Deste modo, para este 2020, a previsão é que o valor dos subsídios, que chegaram a R$ 3 bilhões no ano passado, sejam de pouco mais de R$ 2 bilhões. O valor vem dos cofres do tesouro municipal.