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Ônibus voltam a circular na Grande São Paulo após protesto

Paralisação ocorreu por insatisfação dos funcionários da Viação Pirajuçara com a atuação do gerente de tráfego da empresa

8 out 2013 - 16h26
(atualizado às 17h50)
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Depois de 10 horas de paralisação, motoristas e cobradores da Viação Pirajuçara voltaram ao trabalho às 14h desta terça-feira. No início da manhã, cerca de 170 mil passageiros foram prejudicados com a greve que interrompeu o funcionamento de 31 linhas que atendem às cidades de Embu das Artes, Taboão da Serra, Itapecerica da Serra e São Paulo.

De acordo com o Sindicato dos Condutores de Osasco, a paralisação ocorreu por insatisfação dos funcionários com a atuação do gerente de tráfego da empresa. "Era uma disciplina muito rigorosa e isso foi causando uma revolta nos trabalhadores até que eles resolveram parar", explicou Antônio Alves Filho, presidente da entidade.

Em reunião de negociação com a empresa, ficou acertado que o gerente deixará o cargo, segundo informações do sindicato. A Viação Pirajuçara não comentou os motivos da greve e informou apenas que a normalização das atividades deve ocorrer no prazo de uma ou duas horas.

Os trabalhadores aproveitaram a mobilização para reivindicar outras questões à empresa. "Além da saída do gerente, ficou acertado que esse dia de hoje não vai ser descontado, que não vai ter punição por causa da greve e que as horas extras vão ser pagas. Não vai ser mais banco de horas", apontou o sindicalista.

Durante o protesto, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) acionou o Consórcio Intervias, responsável pelas empresas que atuam na região, para que o serviço de emergência fosse prestado. As viações Raposo Tavares e Miracatiba atenderam a parte da demanda das linhas de maior movimento, além de aumentar a oferta de viagens nas linhas com itinerários semelhantes aos da empresa parada.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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