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ONU lamenta morte por espancamento de refugiado congolês no Rio

Moïse Kabagambe, de 24 anos, foi espancado e morto na semana passada em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio. Polícia instaurou inquérito e investiga as circunstâncias do crime

1 fev 2022 - 09h12
(atualizado às 09h29)
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RIO - O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados no Brasil (ACNUR Brasil), a Organização Internacional para Migrações (OIM Brasil) e o Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio (PARES Caritas RJ) divulgaram na segunda-feira, 31, nota de "condolências e solidariedade" à família do refugiado congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos. A Polícia Civil do Rio investiga as circunstâncias da morte do africano, que foi espancado no dia 24 de janeiro.

"Moïse chegou ao Brasil ainda criança, acompanhado de seus irmãos", diz o texto. "No país, ele e sua família foram reconhecidos como refugiados pelo governo brasileiro. Ele era uma pessoa muito querida por toda a equipe do PARES Caritas RJ, que o viu crescer e se integrar."

Segundo parentes, Moise Kabagambe morreu depois de ser agredido por cinco homens após cobrar uma dívida de trabalho em quiosque da Barra da Tijuca. 
Segundo parentes, Moise Kabagambe morreu depois de ser agredido por cinco homens após cobrar uma dívida de trabalho em quiosque da Barra da Tijuca.
Foto: Facebook/Reprodução / Estadão

Segundo a nota, o "PARES Cáritas RJ, o ACNUR e a OIM estão acompanhando o caso, esperando que o crime seja esclarecido. Neste momento, as organizações apresentam suas sinceras condolências e solidariedade à família de Moïse e à comunidade congolesa residente no Brasil."

Congolês foi amarrado e espancado antes de morrer

Parentes e amigos do congolês fizeram um protesto no sábado, 29, na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca. Denunciaram o caso e exigiram que os culpados pelo assassinato sejam punidos.

O africano vivia no Brasil desde a década passada, quando chegou ainda criança com a família, fugindo da guerra no Congo. Trabalhava no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). Segundo parentes, Moïse morreu depois de ser agredido por um grupo (o número de agressores varia de dois a cinco), na segunda-feira, 24. A família afirma que só soube do que ocorrera na manhã de terça-feira, 25, mais de doze horas após a morte dele.

Moïse trabalhava como garçom, sem contrato de trabalho formal. Era pago por dia. No dia 24, foi ao quiosque cobrar duas diárias que ainda não recebera. Foi então amarrado e espancado, inclusive com um taco de beisebol, segundo familiares.

Polícia abriu inquérito para investigar o caso

A Polícia Civil informou em nota que "as investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC)", que foi realizada perícia no local e imagens de câmeras de segurança já foram analisadas. "Diligências estão em curso para identificar os autores", afirma a nota.

Segundo a polícia, a informação de que os órgãos foram retirados do corpo da vítima não procede. "O laudo mostra que o corpo chegou ao IML sem nenhuma lesão no tórax além daquelas que causaram a morte. As imagens do exame de necropsia mostram o tórax aberto com os órgãos dentro", afirma a nota.

Estadão
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