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Operação conjunta mata traficante e destrói depósitos de maconha na fronteira com Paraguai

Ação feita pelas forças policiais dos dois países na fronteira também prendeu um dos chefes do tráfico na região

13 jul 2019 - 17h27
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SOROCABA - Uma operação conjunta de forças policiais do Brasil e do Paraguai resultou na prisão de um dos chefes do tráfico e na destruição de nove campos de produção e três depósitos de maconha em Capitán Bado, na fronteira entre os dois países. Um segundo traficante foi morto durante o intenso tiroteio travado com os policiais. Dois helicópteros foram usados na operação, um deles da Polícia Federal brasileira. O ministro da Justiça do Brasil, Sergio Moro, visitou a região em junho para discutir parcerias no combate ao tráfico.

O traficante preso, Fredy Ariel Irala Fernandez, conhecido como "Lico'i", era um dos principais fornecedores de drogas para facções brasileiras que agem na fronteira. Ele não era o principal alvo da operação. Os policiais pretendiam recapturar o narcotraficante Felipe 'Barón' Escurra Rodrigues, de 39 anos, considerado um dos principais fornecedores de maconha para o Brasil.

Droga apreendida em operação conjunta das polícias brasileira e paraguaia
Droga apreendida em operação conjunta das polícias brasileira e paraguaia
Foto: Divulgação/Presidência da República do Paraguai / Estadão

Escurra foi preso com grande quantidade de drogas em 2016, mas foi liberado da prisão pelo juiz Leonjino Benitez Caballero, que acabou destituído do cargo em março deste ano, acusado de má conduta. A identidade do traficante morto não havia sido divulgada até a tarde deste sábado, 13. Também não havia informação sobre o paradeiro de Escurra que, mais uma vez, teria escapado ao cerco policial.

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, comentou em sua conta no twitter a operação conjunta com o Brasil. Ele citou ter sido destruído um grande complexo de drogas, composto por 9 campos de produção e 3 depósitos de processamento totalmente equipados, além de 12 toneladas de maconha pronta. Ele considerou a ação "um forte golpe logístico e financeiro" contra o tráfico de drogas na fronteira entre os dois países.

Facções. A fronteira entre Brasil e Paraguai no Estado de Mato Grosso do Sul vive uma situação de guerra desde que facções brasileiras como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) passaram a disputar as rotas de tráfico na região. Após a execução do chamado 'rei da fronteira', Jorge Rafaat, em 2016, a disputa entre as duas facções tornou-se aberta, produzindo mortes dos dois lados.

Conforme a polícia de Capitán Bado, apenas no lado paraguaio da fronteira houve 83 execuções este ano. Na tarde desta sexta-feira, 12, o integrante do PCC Yder Ricardo Porto foi executado a tiros de pistola 9 mm pelos ocupantes de uma moto, em Sanga Puitã, distrito paraguaio localizado a 13 km da brasileira Ponta Porã. Ele estava em liberdade provisória, após ser preso pela participação em um plano de resgate de membros do PCC presos em Capitán Bado.

Na madrugada deste sábado, 13, dois jovens paraguaios supostamente ligados ao tráfico foram executados em Pedro Juan Caballero, na mesma região da fronteira com o Brasil. O veículo em que as vítimas estavam foi atingido por dezenas de tiros de fuzil disparados do interior de caminhonete. Robinson Giovanni Acosta Pereira, de 25 anos, e Pablo Augusto Ramirez Bareiro, de 22, morreram na hora.

Estadão
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