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Operação em Minas Gerais resgata 17 trabalhadores em situação análoga à escravidão

Autuações aconteceram em fazendas de café em Ilicínea e Boa Esperança, cidades da região sul do Estado

30 jul 2022 - 23h07
(atualizado em 31/7/2022 às 14h38)
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Dezessete pessoas foram resgatados em Minas Gerais por estarem trabalhando em situação análoga à escravidão. As autuações aconteceram em fazendas de café nas zonas rurais das cidades de Ilicínea e Boa Esperança, região sul do Estado, entre os dias 10 e 20 deste mês. Os resgates foram informados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), na última sexta-feira, 29.

As fiscalizações fazem parte da megaoperação Resgate II, que neste mês retirou mais de 330 pessoas dos respectivos empregos por estarem trabalhando de forma irregular e degradante. Durante as inspeções, realizadas em diferentes estados do Brasil, também foram identificadas situações de trabalho infantil, descumprimento de normas de saúde e segurança do trabalho, e funcionários sem registro na carteira.

Alojamento dos funcionários de uma das fazendas de café investigada em Minas Gerais.
Alojamento dos funcionários de uma das fazendas de café investigada em Minas Gerais.
Foto: MPT/Divulgação / Estadão

A operação que combate o trabalho análogo à escravidão e o tráfico de pessoas está sendo promovida pela Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete), em conjunto com demais órgãos, como o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Defensoria Pública da União (DPU), a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, e o Ministério do Trabalho e Previdência

Em uma das fazendas fiscalizada, um adolescente de 17 anos foi encontrado executando trabalho proibido a menores de idade. As fotos da operação, divulgadas pelo MPT, mostram que os funcionários das fazendas viviam em alojamentos insalubres, sem conforto, e desprovido de privacidade e higienização.

Dos quatro fazendeiros investigados, três firmaram Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) perante o ministério público, em que asseguram a regularização de contratos trabalhistas, o registro dos trabalhadores, o encaminhamento para realização de exame médico admissional, além de melhorias nas condições sanitárias e de conforto nos alojamentos.

De acordo com o MPT, os empregadores também vão assumir o compromisso de não usar menores 18 anos para a colheita de café, não pagar funcionários abaixo do mínimo valor legal ou da categoria, e prometem assegurar outras garantias trabalhistas, como o fornecimento de Equipamentos de Proteção Indivídual (EPIs) e não prorrogar jornada de trabalho acima de duas horas.

O MPT informou que os trabalhadores resgatados vão receber uma indenização pelos danos morais sofridos, e que o ministério "dará continuidade ao processo judicial" contra o único fazendeiro que se recusou a regularizar a situação trabalhista dos funcionários.

Estadão
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