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Pacientes de câncer protestam por liberação da pílula da USP

9 dez 2015 - 13h25
(atualizado às 13h26)
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Foto: Adailton Damasceno / Futura Press

Um grupo de pacientes de câncer protestou hoje em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Eles reivindicam uma audiência com o desembargador José Renato Nalini pedindo a revisão da suspensão da liminar que autorizava pacientes a usarem a substância fosfoetanolamina, produzida no Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da Universidade de São Paulo (USP). A droga não tem registro na Anvisa.

A paciente Bernardete Cioffi, analista de sistemas, que sofre de metástase óssea devido a um câncer de mama, explica que pretende apresentar ao desembargador fatos novos que ocorreram após a suspensão. Entre eles, estão os testes clínicos e produção em larga escala por um laboratório da Fundação para o Remédio Popular (Furp).

"Esses são fatos novos, de suma importância e que podem dar aos desembargadores a tranquilidade de que eles tanto precisam. Estar oferecendo uma substância, ainda que não seja um medicamento em caráter compassivo (excepcional), uma coisa que a legislação permite e que está sendo monitorada pela Secretaria Estadual da Saúde”, disse.

Segundo ela, pacientes que não encontraram alternativas no tratamento convencional, conseguiram o acesso à droga depois de acionarem a Justiça. "Os pacientes que se submetem à droga já tentaram todo tipo de tratamento da medicina convencional, não obtiveram resposta e têm morte preconizada”.

Bernadete conta que conseguiu uma melhora importante do seu quadro de saúde com o uso da fosfoetanolamina, iniciado em setembro deste ano. “Meu problema começou a regredir. É comprovado que o câncer, quando atacado, tem uma reação chamada efeito rebote, em que ele se defende e vem com maior intensidade. Isso ocorreu comigo. Meus marcadores pulmonares, que vinham baixando durante o uso da fosfoetanolamina, na ausência dela subiram muito mais rapidamente”, disse.

Foto: Adailton Damasceno / Futura Press

José Roberto Castanheiro veio ao protesto em favor do irmão, que tem câncer de pulmão. “Meu irmão nunca conseguiu usar a droga, estou lutando para isso. Moro a dez minutos, a pé, da USP, em São Carlos. Conheço várias pessoas que usaram o composto. São amigos meus da igreja, temos um grupo de famílias com pais debilitados com essa doença, estavam fazendo o uso da fosfoetanolamina e viviam a vida tranquilamente até [o medicamento] ser barrado”, disse ele.

Em nota, a USP informou que distribuiu a droga por força de uma decisão judicial. A substância foi estudada de forma independente pelo professor Gilberto Orivaldo Chierice, que não é mais ligado ao Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros. Hoje, Gilberto está aposentado. “Esses estudos independentes envolveram a metodologia de síntese da substância e contaram com a participação de outras pessoas, inclusive pessoas que não têm mais vínculo com a Universidade de São Paulo”, diz a nota.

Agência Brasil Agência Brasil
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