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Paes cita destruição em protesto e diz que não tem valores do prejuízo

Prefeito do Rio de Janeiro fez balanço após mais uma noite de conflito entre as forças de segurança e os manifestantes

21 jun 2013 - 12h27
(atualizado às 14h06)
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Paes fez um balanço da destruição pelo centro da capital fluminense, principalmente na avenida Presidente Vargas
Paes fez um balanço da destruição pelo centro da capital fluminense, principalmente na avenida Presidente Vargas
Foto: André Naddeo / Terra

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, concedeu entrevista coletiva à imprensa na manhã desta sexta-feira para tratar dos prejuízos causados por outro confronto entre as forças de segurança do Estado e os manifestantes, após mais uma noite de protestos na capital fluminense.  

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

"Ainda não tenho valores esses prejuízo", informou Paes, que limitou-se a fazer um balanço da destruição pelo centro da capital fluminense, principalmente na avenida Presidente Vargas, ponto onde se concentrou a maior parte dos 300 mil manifestantes que saíram da Candelária em direção à sede da prefeitura. 

Depois da intervenção da Polícia Militar contra um grupo menor de ativistas, que enfrentou com pedras e bombas os policiais, o saldo foi de 98 semáforos danificados, 31 placas de trânsito destruídas, cinco relógios de rua depredados - junto com outros 62 pontos de ônibus, além de 340 lixeiras queimadas. 

"É uma demonstração de que existe uma minoria que protagoniza esses eventos. Quando se ataca um carro de um órgão de imprensa, transmitindo para a sociedade o que se passa naquele momento, o viés autoritária está totalmente demonstrado", comentou o prefeito sobre o fato de os manifestantes terem queimado um veículo da emissora SBT

Paes citou ainda atos de vandalismo em dois pontos característicos de festas e comemorações populares no Rio de Janeiro: os setores 1 e 3 do Sambódromo sofreram avarias, como destruição de grades de proteção, e o Terreirão do Samba, local onde foi montado um telão para os torcedores assistirem aos jogos da Copa das Confederações. 

"São locais de tradição do samba, da maior manifestação cultural, totalmente depredados. Não preciso falar do simbolismo destes dois equipamentos para a cidade", citou. O Terreirão do Samba, tão logo as forças de segurança avançaram para conter o ímpeto dos manifestantes, foi invadido e funcionários que trabalhavam no local ficaram apavorados. 

Guardas municipais fizeram o trabalho de proteção e entraram em confronto contra os mais exaltados. Oito guardas ficaram feridos. No total, 62 pessoas foram atendidas no hospital municipal Souza Aguiar, bem próximo ao local dos confrontos, na avenida Presidente Vargas, de acordo com a secretaria municipal de Saúde. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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