Parecer aponta que Universal burlou licença de templo em SP
Templo de Salomão, na região central de São Paulo, foi construído com alvará de reforma
A Igreja Universal utilizou informações falsas para burlar a lei e construir uma nova sede, conhecida como o Templo de Salomão, de acordo com parecer técnico apresentado à prefeitura de São Paulo. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Segundo a publicação, a igreja apresentou, em 2006, um pedido de reforma de prédio que havia sido demolido ao menos dois anos antes. As irregularidades foram constatadas por uma comissão independente, mas foram ignoradas pela prefeitura e o prédio foi construído com aprovação feita com a ajuda de decisões do ex-diretor da prefeitura Hussain Aref Saab, suspeito de corrupção na aprovação de obras na capital paulista, na gestão de Gilberto Kassab (PSD).
Com 74 mil metros quadrados de área construída, a sede custou R$ 680 milhões. Como o terreno está localizado em uma área especial de interesse social, a Universal teria que destinar 40% do terreno para moradias populares. Em casos de reforma, não há essa exigência legal.
A Universal afirmou em sua defesa que o prédio foi comprado em 2005 "com toda edificação aprovada e existente no local", mas que o imóvel foi demolido depois de 2006 quando um engenheiro detectou que a construção estava condenada. Ao jornal, o Ministério Público afirmou que o caso é gravíssimo, e apresenta fortes indícios de fraude.
Por meio de nota, a assessoria do ex-prefeito Gilberto Kassab informou que a gestão “foi rigorosa no cumprimento de requisitos legais para aprovação de projetos” e que os casos de corrupção envolvendo funcionários foram investigados a pedido do próprio Kassab.
“As investigações sobre supostas irregularidades envolvendo funcionário do Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov) foram iniciadas por determinação direta do então prefeito Gilberto Kassab à Corregedoria Geral do Município, a partir de denúncia anônima. Ação compartilhada com o Ministério Público resultou no afastamento do funcionário do Aprov de suas funções”, disse a nota.