Passageira furtada por motorista descobre que mesmo caso ocorreu três dias antes
Vítima transportou o computador do local onde mora até seu local de trabalho, mas equipamento sumiu
Uma cantora de 29 anos relatou que foi vítima de um furto realizado por um motorista cadastrado na Uber. A situação aconteceu no último dia 4 de junho, quando a mãe de Bárbara Magalhães enviou seu computador por meio da modalidade de entrega de objetos.
"Eu estava fazendo um trabalho voluntário a 40 minutos da minha casa e quando cheguei lá, percebi que tinha esquecido o computador. Íamos fazer uma atividade que precisava dele [computador] e eu achei que seria seguro e mais rápido pedir um Uber flash", contou.
Segundo Bárbara, sua mãe tomou o cuidado de tirar foto da carteira de motorista, da placa da moto e da tela da corrida no aplicativo do celular do condutor, mas nem isso foi suficiente para assegurar que seus pertences da artista chegassem até o destino final. Assim que percebeu que o motorista não ia chegar, ela abriu um boletim de ocorrência virtual para relatar a situação.
"Eu perdi as fotos da minha festa de 15 anos, as fotos da última viagem com o meu pai antes dele falecer, o meu TCC... Mas sei que tem gente que perde a vida", lamentou ela no vídeo.
A cantora disse que tentou contato com a Uber para resolver a questão, mas não teve sucesso. "Eles até encerraram o canal de contato", comentou a artista, que notou que a conta do motorista continua ativa no apliciativo.
Motorista tinha outro BO contra si
Bárbara quer que a Uber se responsabilize pelo caso, que não é isolado. Segundo contou ao Terra, ela tem recebido centenas de relatos sobre casos semelhantes ao seu. "Aparentemente, o sistema de segurança da Uber é muito falho. Existem muitas contas fake e eles não estão se responsabilizando por isso", criticou.
O motorista envolvido no seu caso, inclusive, já tinha um boletim de ocorrência registrado contra si três dias antes do furto do computador. A vítima era também uma mulher, que perdeu cerca de R$ 2 mil.
Segundo Bárbara, o suspeito foi identificado na terça-feira, 20, mas seguirá em liberdade até o julgamento. O caso segue em investigação pela 43ª DP. No entanto, ela ainda não foi chamada para fazer o reconhecimento do suspeito.
"Eu e minha mãe fomos prestar depoimento contra ele para que o Estado entre com um processo contra ele. Tem vídeo das imagens da câmera de segurança do prédio, as fotos que minha mãe tirou, os prints do meu celular”, comenta.
O que diz a Uber
Em nota, a Uber informou que não foi possível apurar todas as alegações relatadas pela reportagem, pois não houve tempo suficiente para levantamento e verificação. No entanto, a empresa afirmou que todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais no ato do cadastramento, a partir da consulta de bancos de dados oficiais de todo o País. Além disso, a Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas já aprovados, ao menos uma vez a cada 12 meses.
A empresa ainda informou que o Uber Flash não permite levar itens de valor ou cujo transporte seja proibido por lei ou pelas regras da categoria.
"Usuários podem solicitar a motoristas parceiros viagens para o transporte de objetos como pacotes, presentes, documentos e outros artigos pessoais, de porte médio ou pequeno, que possam ser acomodados com segurança no porta-malas do veículo", diz a nota.
No entanto, a Uber disse que está à disposição para fornecer os dados necessários e encoraja os usuários a denunciar no aplicativo e às autoridades competentes caso algum item tenha sido extraviado.