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MPL promete resistir à PM e "até que caia última catraca"

13 jan 2016 - 19h19
(atualizado às 19h19)
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Homem fica ferido durante confronto em protesto do Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa do transporte em São Paulo
Homem fica ferido durante confronto em protesto do Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa do transporte em São Paulo
Foto: André Lucas Almeida/Futura Press

O Movimento Passe Livre (MPL) criticou a violência com que foi reprimida a manifestação de ontem (12) em São Paulo e prometeu continuar lutando contra o aumento das passagens de ônibus e metrô na capital. Os preços do transporte público subiram de R$ 3,50 para R$ 3,80. “Defenderemos nosso direito à cidade e à manifestação. Se a polícia aumenta a repressão, aumentamos a resistência. Não vamos sair da luta até que caia a última catraca”, diz comunicado divulgado hoje (13) pelo MPL.

Sobre a ação da Polícia Militar, o movimento diz que a manifestação foi reprimida antes mesmo de sair da concentração. “A violência da polícia, que deixou mais de dez presos – sendo que um morador de rua foi ferido no pé por uma bala de verdade – mostra a verdadeira política de [Geraldo] Alckmin e [Fernando] Haddad: defender o lucro dos empresários a qualquer custo”, diz a nota em referência ao governador do estado e ao prefeito da capital.

De acordo com o movimento, pelo menos 20 manifestantes foram feridos por estilhaços de bombas e balas de borracha e precisaram ser encaminhados a hospitais da região. Um deles é o estudante de arquitetura Gustavo Camargo, que teve fratura exposta no polegar direito. Segundo a mãe do jovem, Ana Amélia Camargo, o rapaz, de 19 anos, foi atingido por uma bomba lançada pela polícia e passou ontem por uma operação. “A cirurgia foi para limpar. A preocupação inicial era de não infeccionar. Amanhã que eles vão ver como reconstituir o dedo”, disse Ana Amélia.

Confronto com muitos feridos durante protesto de integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), na cidade de São Paulo
Confronto com muitos feridos durante protesto de integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), na cidade de São Paulo
Foto: Peter Leone/futura Press

Ainda não se sabe se Gustavo conseguirá recuperar plenamente os movimentos da mão. “Os médicos disseram que, quando é bomba, estilhaça muito os ossos”, acrescentou Ana Amélia, que pretende acionar o Estado judicialmente. “Para que pelo menos eles não façam mais isso. Foi uma violência horrível", afirmou.

Os manifestantes começaram a se concentrar às 17h de ontem na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, região central da capital. Eles pretendiam seguir até o Largo da Batata, na zona oeste, passando pelas avenidas Rebouças e Faria Lima. No entanto, o policiamento autorizou a manifestação apenas em direção ao centro.

Caixa é arremessada contra os portões da estação Anhangabaú do metrô durante tentativa de invasão de manifestantes
Caixa é arremessada contra os portões da estação Anhangabaú do metrô durante tentativa de invasão de manifestantes
Foto: Suamy Beydoun/Futura Press

Por volta das 19h30, parte dos manifestantes tentou driblar o forte policiamento para seguir em direção ao Largo da Batata, correndo no sentido da Avenida Rebouças, momento em que a polícia começou a disparar bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral, e a bater com cassetetes nos manifestantes.

O secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, Alexandre de Moraes negou que tenha havido abuso na ação da polícia. Segundo Moraes, se movimentos fizerem manifestações na cidade e não informarem previamente o percurso da passeata, quem definirá isso será a secretaria e polícia.

Homem chuta portão da estação Anhangabaú do metrô durante tentativa de invasão de manifestantes
Homem chuta portão da estação Anhangabaú do metrô durante tentativa de invasão de manifestantes
Foto: Newton Menezes/Futura Press

“Passamos a estabelecer o que a Constituição determina: o absoluto direito de manifestação de qualquer grupo, desde que haja o aviso prévio para que as autoridades possam organizar a cidade. O único movimento que não comunica previamente suas manifestações, apesar de solicitado, é o Movimento Passe Livre. A partir do momento em que não comunicar qual será o trajeto de sua manifestação, nós vamos estabelecer o traçado para evitar confusão com milhões de pessoas que não estão participando”, afirmou o secretário.

O MPL marcou para amanhã (14) duas manifestações simultâneas às 17h. Uma sairá do Largo da Batata, na zona oeste, e a outra de frente do Theatro Municipal, no centro.

Polícia dispara bombas de efeito moral durante protesto do Movimento Passe Livre (MPL) na cidade de São Paulo
Polícia dispara bombas de efeito moral durante protesto do Movimento Passe Livre (MPL) na cidade de São Paulo
Foto: André Lucas Almeida/Futura Press
Agência Brasil Agência Brasil
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