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Paulinho da Força diz que protestos são 'esquenta' e ameaça greve geral

11 jul 2013 - 07h26
(atualizado às 13h51)
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<p>Manifestantes, a maioria metalúrgicos, fazem protesto na zona sul da capital</p>
Manifestantes, a maioria metalúrgicos, fazem protesto na zona sul da capital
Foto: Fernando Borges / Terra

Funcionários da Metalúrgica Prada, localizada no bairro Santo Amaro, saíram em caminhada na manhã desta quinta-feira pelas ruas e avenidas de São Paulo. Diante de cerca de mil manifestantes que ocupavam a ponte do Socorro, o deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP), presidente da Força Sindical, afirmou que o ato de hoje é apenas um "esquenta", e abriu votação perguntando se o povo era a favor de uma greve geral. Diante da reação positiva unânime entre os manifestantes, Paulinho ameaçou: "se o governo não nos ouvir, vamos fazer uma greve geral".

"É uma série de manifestações, são 16 passeatas na Grande São Paulo. Daqui vamos sair pela ponte do Socorro. Os trabalhadores vão fazer passeatas até por volta de 11h. Ao meio-dia começa o ato na (avenida) Paulista", informou Paulinho da Força no início do ato desta quinta-feira.

 

Embora manifestantes mostrem faixas com dizeres de "Fora, Dilma" e "Xô, Dilma", o sindicalista explica que o protesto é impulsionado pela insatisfação e não com a intenção de dar algum golpe ou derrubar a presidente. "Lá em Brasília é triste. As questões do povo só funcionam quando tem muita pressão. Lá é como se o povo não existisse", lamentou. 

Paulinho da Força acredita que a situação no País deverá mudar com as manifestações. "Na medida em que tiver pressão a base aliada começará a se dividir. Só é bom quando eles brigam. Quando eles estão juntos é fogo", avaliou. 

O líder sindical também criticou a posição do governo em tentar promover um plebiscito para a reforma política. "A questão do plebiscito é história pra boi dormir. Nós não vamos entrar nessa", garantiu.

Às 8h20, um grupo de trabalhadores se uniu aos manifestantes que estavam em frente à metalúrgica Prada. Juntos, eles seguiram em caminhada pela Marginal Pinheiros, ocupando duas faixas da via na pista sentido Interlagos, na altura da ponte do Socorro. Uma das faixas foi liberada para o tráfego de veículos. Logo em seguida, às 8h45, os manifestantes subiram a ponte do Socorro, onde encontraram um terceiro grupo.

Sobre a ponte, dois carros de som se revezavam nos discursos.Sempre liderado por Paulinho da Força, membros de outros sindicatos gritavam palavras de ordem, principalmente contra o governo federal e a presidente Dilma Rousseff. Apesar de a ponte ter ficado completamente bloqueada por cerca de 20 minutos, os próprios manifestantes organizaram a liberação de duas faixas, uma em cada sentido, para a passagem dos veículos.

Dilma é xingada durante manifestação em São Paulo; veja:

Por volta de 10h40, o grupo, que deveria seguir até a ponte Estaiada, votou por outro percurso. Mais uma vez comandados pelo presidente da Força Sindical, os manifestantes votaram em seguir para o Largo 13 de Maio. Pelo caminho, lojistas baixaram as portas diante da passagem dos manifestantes. Viaturas da Polícia Militar acompanharam o movimento, que terminou de forma pacífica, às 11h, no Largo 13 de Maio.

Nesta sexta-feira está marcada uma nova reunião com as centrais sindicais pra definir se a mobilização continua.

Veículo incendiado

Segundo a Polícia Militar, um automóvel foi incendiado na avenida Interlagos, próximo à avenida Nações Unidas. O veículo, um Fusca, ficou destruído. Não houve vítimas e os suspeitos de provocar o incêndio não foram identificados.

Greve geral
Milhões de trabalhadores prometem cruzar os braços e paralisar serviços fundamentais como bancos, indústria, obras, transporte público e construção civil em várias cidades. Entre as entidades que aderiram a paralisação nacional estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE). 

Chamado pelos sindicatos de greve geral, o movimento - que pegou carona na onda de protestos que atingiu diversas cidades brasileiras em junho - é o quarto desse tipo em 190 anos, desde a Independência (7 de setembro de 1822). Em 2013, a novidade é a unificação dos sindicatos e movimentos sociais em uma pauta que cobra o avanço do Brasil. 

Veja a lista divulgada pela Força Sindical das cidades que devem participar do dia de paralisações:

ESTADO CIDADES
Amazonas Manaus
Alagoas Maceió
Bahia Salvador, Itabuna, Alagoinhas, Brumado, Caetité, Jequié, Camaçari, Nazaré, São Roque e Itabuna
Ceará Fortaleza
Distrito Federal Brasília
Espírito Santo Vitória
Goiás Catalão e Anápolis
Mato Grosso Cuiabá
Mato Grosso do Sul Campo Grande
Minas Gerais Belo Horizonte e Ipatinga
Pará Belém
Paraná Curitiba
Pernambuco Recife
Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Volta Redonda e Resende
Rio Grande do Norte Natal
Rio Grande do Sul Porto Alegre e Região Metropolitana
Santa Catarina Florianópolis, Criciúma, Itajaí e Chapecó
São Paulo São Paulo, Osasco, Santo André, Guarulhos, São Caetano, Santos, Barretos, Marília, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Franca, Santos, Sorocaba, São José dos Campos, Lorena, Araçatuba, entre outras.
Sergipe Aracaju
Fonte: Terra
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