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Pelo menos 6 são detidos em operação contra o Black Bloc no Rio

11 out 2013 - 11h29
(atualizado às 14h13)
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A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) realizou na manhã desta sexta-feira uma operação para coibir atos de vandalismo durante manifestações no Estado do Rio de Janeiro. O objetivo era cumprir 17 mandados de busca e apreensão na residência de suspeitos de integrarem o movimento Black Bloc e incitarem a violência nos protestos na capital fluminense. Seis pessoas foram levadas para a delegacia e liberadas após prestarem esclarecimentos.

Foram apreendidos computadores, pen drives, câmeras, CDs e DVDs. O delegado titular do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), Fernando Reis, pediu a quebra de sigilo telefônico e de dados informáticos de todos os envolvidos, que podem ser enquadrados na Lei de Organização Criminosa (12.850), aprovada em agosto e posta em prática no fim de setembro.

“A gente quer estabelecer o papel de cada um nesses atos de vandalismo”, explicou Reis. Diretora do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos (IDDH), a advogada Heloísa Samy foi à delegacia prestar assistência jurídica aos detidos. Segundo ela, que definiu a ação da polícia nesta sexta como “desespero” para apontar culpados, todos negaram ligação com o movimento Black Bloc.

"Não houve preocupação da Justiça em fazer uma investigação a fundo. Estão chamando aleatoriamente as pessoas só porque participaram de manifestações", afirmou. Dos seis detidos, quatro haviam sido presos durante um protesto realizado no Rio de Janeiro no dia 7 de setembro. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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