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Petrópolis: motorista e sobrevivente lembram drama em ônibus

Dois coletivos foram jogados em um rio durante as fortes chuvas que atingiram a cidade serrana do Rio

18 fev 2022 - 10h12
(atualizado às 10h23)
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Os motoristas Carlos Alberto Nascimento e Carlos Antônio de Faria
Os motoristas Carlos Alberto Nascimento e Carlos Antônio de Faria
Foto: Divulgação

Uma das imagens mais marcantes da tragédia de Petrópolis, que já deixou 120 mortos, foi a de dois ônibus sendo arrastados pela água e os passageiros tentando sair do veículo em meio ao desespero. 

Os motoristas dos dois coletivos sobreviveram, mas os traumas daquele dia ficaram gravados para sempre. "Eu só queria salvar todo mundo. Só isso", disse, entre lágrimas, o condutor Carlos Antônio de Faria, ao jornal O Globo

A chuva que atingiu Petrópolis provocou deslizamentos e alagamentos por toda a cidade. Uma enxurrada de lama atingiu os coletivos e os empurrou para dentro do rio que passa ao lado da Washington Luiz, uma das principais vias do município.

Os motoristas acionaram a alavanca de emergência - que permite a retirada de janelas - e, com ajuda de moradores, conseguiram resgatar alguns passageiros que estavam nos veículos. Outros, no entanto, foram levados pela água. Alguns ainda seguem desaparecidos. 

Uma das sobreviventes que estava no ônibus é Fernanda Rodrigues Vieira. Ela estava no coletivo junto com o amigo Daniel Augusto da Silva. 

 Ônibus é retirado por guindaste do canal da Avenida Washington Luís, em Petrópolis
Ônibus é retirado por guindaste do canal da Avenida Washington Luís, em Petrópolis
Foto: Alexandre Neto/PhotoPress / Estadão

"Foram momentos de muita tensão na volta pra casa", relatou Fernanda em entrevista à TV Globo. "Estávamos no 465, quando o ônibus teve que parar porque não conseguia continuar. O lugar em que estávamos parecia um rio. A gente achava que a chuva ia passar, que ia baixar a água para gente continuar a viagem".

A sobrevivente lembra ainda que a água invadiu o ônibus de forma muito repentina, o que impossibilitou que alguns passageiros se salvassem. "O máximo que consegui foi quebrar a janela, enquanto o ônibus era arrastado, bateu no muro e eu só pulei. Não teve muito o que fazer com as outras pessoas. Quem conseguiu pular no muro no susto, pulou. E quem não conseguiu não tinha mais como pular". 

Fonte: Redação Terra
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