Pezão: agência deve analisar uso do rio Paraíba do Sul por SP
O vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse nesta quinta-feira que a utilização da água do rio Paraíba do Sul para abastecer a Grande São Paulo, interligando a bacia do Paraíba do Sul ao sistema da Cantareira, deve ser submetida a uma análise detalhada da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Ministério do Meio Ambiente, além de ser precedida de um estudo de impacto ambiental. A ideia foi anunciada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na quarta-feira.
Segundo Pezão, a Bacia do Paraíba do Sul é responsável pelo abastecimento de cerca de 15 milhões de pessoas, sendo aproximadamente 8,5 milhões na região metropolitana do Rio de Janeiro.
"Essa não é uma decisão que se toma com rapidez. Ninguém quer prejudicar ninguém. O Paraíba do Sul faz parte de uma bacia federal, mas todos sabem a importância do rio Paraíba do Sul e da represa de Ribeirão das Lajes para o abastecimento da cidade e da região metropolitana do Rio de Janeiro."
"Então, temos que cuidar do meio ambiente como o Estado vem fazendo. O momento é ruim e é preciso encontrar uma solução. Temos que sentar e conversar, pois em uma mesa de reunião tudo se resolve", acrescentou, ao participar da solenidade de formatura de policiais militares.
Ele ressaltou, porém, que a bacia do rio Paraíba do Sul, em caso de crise no abastecimento de água, deve ser priorizada a população do Rio, pois tem a outorga do uso da água e a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto) detém a prioridade do atendimento.
Em nota, a Secretaria Estadual do Ambiente disse que a Segurança Hídrica do Estado do Rio de Janeiro depende fortemente da bacia do rio Paraíba do Sul, responsável pelo abastecimento de mais de 11 milhões de habitantes e de parcela expressiva da atividade econômica do Estado. Para a secretaria, mesmo que São Paulo construa reservatórios para aumentar a disponibilidade hídrica nas cabeceiras do rio Paraíba do Sul, a proposta de captação de água pode causar prejuízos. Na avaliação do órgão, é fundamental um aprofundamento técnico sobre o real impacto no território fluminense.