PF faz operação contra organização criminosa que atuava na fronteira do País
Bando utilizava helicópteros para transportar dinheiro e joias para pagamento de traficantes; há mandados de prisão, busca e de apreensão de bens em MS, PR, SP, GO e RN
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira, 25, em cinco Estados brasileiros, a Operação Laços de Família, para combater os crimes de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, cometidos por uma organização criminosa que atua com base na fronteira com o Paraguai. Cerca de 200 policiais federais participam da ação, que ocorre simultaneamente nos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte.
A operação foi autorizada pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, com expedição de 20 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária, 35 mandados de busca e apreensão em residências e empresas, 136 mandados de sequestros de veículos terrestres, 7 apreensões de helicópteros, 5 apreensões de embarcações de luxo e 25 mandados de sequestro de imóveis. Além disso, também foi decretado o sequestro dos bens de 38 investigados, em todo o território nacional, inclusive em nome de suas empresas de fachada.
Segundo a Polícia Federal, a ação leva o nome de Laços de Família porque os principais cabeças da organização criminosas eram de um mesmo grupo familiar e tinham estreita relação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com a PF, grandes carregamentos de droga eram remetidos da fronteira para várias regiões do Brasil, geralmente escondidos em caminhões e carretas com cargas aparentemente lícitas. Em contrapartida, os criminosos recebiam joias, veículos de luxo e dinheiro por meio de depósitos em contas bancárias de laranjas e de empresas de fachada, como pagamento das cargas criminosas. Também eram utilizados helicópteros para transportar joias e dinheiro usados como pagamento.
Durante a investigação, a PF já tinha conseguido apreender mais de R$ 317 mil em dinheiro, joias avaliadas em mais R$ 81 mil, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga, além de prender em flagrante delito seis membros da organização investigada. As penas somadas dos crimes cometidos atingem aproximadamente 35 anos de prisão.