PF investiga mais duas empresas de transporte de SP por ligações com o PCC
Movebuss e Transunião foram mencionadas em inquérito que apura repasses financeiros para pessoas que mantém vínculos com a facção criminosa
Duas empresas de transportes em São Paulo estão sendo investigadas por ligação com o PCC e máfia italiana 'Ndrangheta'. As investigações envolvem a Movebuss e a Transunião, com suspeitas de repasses financeiros ilegais e aumento patrimonial não justificado.
Mais duas empresas de transportes de São Paulo estão sendo investigadas por ligação com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Dessa vez, as empresas Movebuss e Transunião foram mencionadas no inquérito da Operação Mafiusi, que apura a relação entre a facção criminosa e máfia italiana 'Ndrangheta'.
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A Movebuss é suspeita de manter vínculo com Patrícia Soriano, irmã de Roberto Soriano, e viúva de Edmilson de Menezes, o “Grilo”, que foram nomes do alto escalão do PCC. A empresa opera com uma frota de mais de 630 ônibus e transporta aproximadamente 430 mil pessoas por dia. De acordo com o inquérito, Patrícia recebeu o valor de R$227.918, 38 como repasse da Movebuss. A quantia era depositada de forma fragmentada em seis depósitos mensais.
A PF informou ainda que Patrícia omite os recebimentos desses valores em suas declarações de renda, além de haver uma inspeção nas redes sociais nos perfis das filhas de Patrícia e a constatação de uma vida de luxo, 'incompatível com a renda declarada'.
Já a Transunião atua em 35 linhas que circulam nos bairros da zona leste de São Paulo e é investigada por ligação com Jair Ramos de Freitas, ou 'Jair Cachorrão', como é conhecido na facção. Jair teve um aumento de patrimônio exponencial entre 2020 e 2021, passando de pouco mais de R$203 mil para R$2,5 milhões. O homem recebeu mais de R$8,1 milhões da Transunião, sem notas fiscais para as transações, informa a PF.
A Movebuss, por meio de nota, informou que a empresa de Patricia Soriano presta serviços de locação de veículos a Movebuss, e que ela “tem vínculos familiares com suposto integrante de facção criminosa". A Transunião, bem como Patrícia Soriano e Jair Ramos de Freitas ainda não se posicionaram - o espaço segue aberto para manifestação.
Ressalta-se, que no início deste ano a prefeitura de São Paulo já havia optado por descontinuar contratos das empresas Transwolff e UpBus, também investigadas por uma suposta ligação com o grupo criminoso.