PF prende ex-bombeiro e homicida com identidade de morto há 20 anos
Investigado em caso de sonegação fiscal, Eduardo Pinheiro Faria usava identidade de homem que morreu em acidente de carro no Rio de Janeiro
A Polícia Federal prendeu em Praia Grande (SP) um ex-bombeiro militar, que estava foragido há cerca de 24 anos por matar um homem no Rio de Janeiro. Ele usava uma identidade falsa, em nome de um homem que morreu há mais de 20 anos em decorrência de um atropelamento. O caso segue em investigação.
A prisão de Eduardo Pinheiro Faria ocorreu durante a Operação Karma, deflagrada na última quinta-feira, 21, mas o caso só ganhou repercussão nesta quarta-feira, 27. Segundo a PF, a investigação teve como ponto inicial a sonegação fiscal envolvendo um posto de gasolina localizado na cidade do litoral de São Paulo. Ao chegar à identificação do dono do estabelecimento, a polícia descobriu que se tratava de uma pessoa já falecida.
"O posto estava em nome de uma pessoa chamada Ozeias, e na tentativa de localizar o proprietário do posto, foi tentado contato com a família, que informou que ele havia falecido na cidade do Rio de Janeiro. Acontece que em nossos sistemas constava um passaporte expedido no ano de 2022, em nome de Ozeias. A partir daí, nós tivemos a certeza que havia alguém se passando pelo falecido", afirmou a delegada Fabiana Salgado Lopes à TV Tribuna, afiliada da Globo.
As impressões digitais colhidas para a emissão do passaporte do homem foram analisadas, e constataram que eram, na verdade, de Eduardo Pinheiro Faria. Conforme a reportagem, ele tem passagem por roubo e foi condenado por um homicídio em 1999, em Nova Friburgo (RJ).
Eduardo era bombeiro no Rio e foi considerado desertor pela corporação. Na época do crime, ele foi contratado por um homem que queria matar o próprio irmão, por discordâncias sobre uma herança familiar. A vítima estava com as mãos amarradas para trás e foi assassinada com vários tiros na cabeça. Depois do crime, ele trocou de nome e documento e se mudou para São Paulo, onde se casou e construiu uma família, como se fosse Ozeias.
"A esposa alegou que não sabia de nada. Não tinha conhecimento do passado dele. Um homicídio brutal, triplamente qualificado, em que ele já havia sido condenado, inclusive. Havia esse mandado de prisão em aberto, então, foi montada toda essa operação para localizá-lo e prendê-lo”, informou Fabiana. Ozeias teria morrido em um acidente de carro, também em Nova Fribugo.
Agora, a polícia tenta descobrir se Eduardo estava praticando sonegação fiscal. Caso seja confirmado, somando aos crimes de roubo e homicídio pelos quais já foi condenado, a pena pode chegar a 30 anos de prisão.