PM atira em rosto de menina de 1 ano com arma de airsoft em SP
Câmera de segurança registrou momento; policial foi afastado
Uma bebê de 1 ano ficou ferida após levar um tiro no rosto de uma arma de airsoft, em São Paulo. O disparo foi feito por um policial militar na madrugada de terça-feira, 26, na zona leste da capital. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o caso está sendo investigado.
Nas imagens de uma câmera de segurança, divulgadas pela TV Globo, é possível ver quando um policial, que estava dirigindo uma viatura da PM, saca uma arma de airsoft, aponta na direção de uma moto que estava passando na mesma via, no sentido contrário, e dispara. Na motocicleta, estavam o pai da menina e ela.
De acordo com a família da criança, a bala atingiu o rosto da menina. "A gente olhou, já estava furado e um monte de sangue nela", afirmou a madrinha da bebê, que não quis se identificar, em entrevista à emissora.
Embora transportar uma criança menor de 10 anos na garupa de uma moto seja considerado infração gravíssima, segundo o Código Nacional de Trânsito (CNT), o delegado do 50º DP Gregory Goes Siqueira questiona a atitude dos PMs.
“Não houve ordem de parada, não houve abordagem policial, nenhum tipo de registro, nenhum tipo de comunicação. Conduta que julgo não ser adequada”, disse em entrevista à TV Globo. “Não há justificativa para utilizar um instrumento que nem faz parte do acervo que faz parte da atividade policial: o airsoft. [...] Pelas imagens é possível verificar que o policial, que estava na condição de motorista da viatura, efetua um disparo, um instrumento, depois conseguiu se constatar uma arma de airsoft pelas imagens”.
A madrinha da menina contou que a criança estava na garupa da moto porque o pai tinha pego a filha para levar até a sua casa. "A gente tá abalado. Se ele tivesse dado a ordem, mandado parar, eu mesmo tinha descido da minha casa, pegado a neném. Só que um erro não justifica o outro porque a neném não tem culpa nenhuma", disse. “Tão falando que foi airsoft, mas se é um tiro de verdade... iam matar a menina”.
Ao Terra, a SSP afirmou que os dois policiais militares envolvidos na ocorrência foram identificados e afastados. Eles foram ouvidos nesta quarta-feira, 27, mas se reservaram ao direito de permanecer em silêncio.
Foi instaurado um inquérito policial para investigar o caso pelo 67º Distrito Policial (Jardim Robru) e Inquérito Policial Militar (IPM). A Corregedoria da PM também está acompanhando as investigações. As imagens das câmeras corporais foram solicitadas para auxiliar nas apurações.