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PM de São Paulo impede passeata contra prisões em protesto

26 jun 2014 - 18h51
(atualizado às 21h35)
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A Polícia Militar (PM) de São Paulo formou um cordão de isolamento e impediu que os manifestantes deixassem o trecho da avenida Paulista na altura do Masp
A Polícia Militar (PM) de São Paulo formou um cordão de isolamento e impediu que os manifestantes deixassem o trecho da avenida Paulista na altura do Masp
Foto: Alan Morici / Terra

A Polícia Militar (PM) de São Paulo impediu nesta quinta-feira a realização de um protesto contra a prisão de dois manifestantes em ato contra a Copa na última segunda. O argumento da PM foi o de que a manifestação não poderia seguir sem a indicação de uma liderança pelos movimentos. O ato terminou por volta das 20h30 de forma pacífica.

"Não vai ter manifestação se não tiver liderança. Ninguém está representando ninguém", disse o tenente coronel Marcelo Pignatari, comandante da operação, no início do ato. "Não estou tentando barrar a manifestação, mas, para ela acontecer, tem que ser mediante regras de conduta social", continuou o PM.

Os cerca de 300 manifestantes, que se reuniram a partir das 17h no vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo), pediam a libertação do estudante e funcionário da USP Fabio HIdeki Harano, 26 anos, e do ex-PM e administrador de empresas Rafael Marques Lusvargh, 29 anos. Ambos foram presos no protesto da última segunda-feira por associação para o crime, resistência, desobediência, incitação à violência e porte de material explosivo --de acordo com o secretário da Segurança Pública do Estado, Fernando Grella, eles seriam "black blocs".

A Defensoria Pública do Estado afirma que as detenções não tiveram "respaldo legal". Hoje, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) converteu as prisões em flagrante em prisões preventivas, rejeitando, assim,os pedidos de liberdade provisória apresentados pelas defesas. Fabio Harano foi transferido ontem para a Penitenciária de Tremembé, no interior do Estado, e Rafael Lusvargh está detido no 8º DP (Distrito Policial), no Brás.

Por volta das 18h30, os manifestantes tomaram a avenida Paulista, sentido Consolação, mas foram impedidos de seguir em passeata por um cordão de isolamento formado por policiais da Tropa de Choque. O trecho da via entre as ruas Pamplona e Peixoto Gomide ficou bloqueado até por volta de 20h30, quando o protesto foi encerrado.

Da mesma forma como aconteceu no ato de segunda-feira, o ato de hoje contou com policiamento ostensivo, com Cavalaria, Tropa de Choque e Força Tática. A PM, no entanto, não informou o efetivo deslocado, assim como não informou o número de policiais que atuaram no protesto de segunda-feira, o primeiro após o ato do Movimento Passe Livre (MPL) que terminou com vandalismo de mascarados sem que houvesse qualquer intervenção da corporação.

Padre Julio critica PM

O padre Julio Lancellotti, da Arquidiocese de São Paulo, acompanhou o ato e tentou convencer o comandante da PM a liberar o protesto.

"Ele foi intransigente. Ele quer uma liderança, não tem. Eu disse que eles precisam ter capacidade para entender que esse movimento não tem apenas uma liderança. São vários coletivos indignados com as prisões", disse.

"Eu pedi, em nome da Arquidiocese de São Paulo, que não haja violência, nem truculência", completou o padre, que disse, ainda, ter sido testemunha, nesta quinta-feira, de abordagens e revistas infundadas a pessoas que se dirigiam à manifestação, nas estações de metrô da Paulista.

"Percebemos que as pessoas estão sendo paradas no 'olhômetro', pelo cabelo, pela mochila, em cima de estereótipos."

Fonte: Terra
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