PM preso com Rogério de Andrade já ganhou gratificação por “profissionalismo"
Gilmar Eneas Lisboa é suspeito de ter monitorado Fernando Iggnácio, antes de sua execução durante emboscada
O 3º sargento reformado da Polícia Militar, Gilmar Eneas Lisboa, foi preso na manhã desta terça-feira, 29, junto com o bicheiro Rogério de Andrade, sob suspeita de envolvimento na emboscada que resultou na morte de Fernando Iggnácio de Miranda em 2020. Segundo a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-MPRJ), Lisboa teria monitorado a vítima até o momento da execução.
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Militares reformados são aqueles definitivamente aposentados ou afastados do serviço, condição alcançada por invalidez, incapacidade física permanente, idade limite ou por condenação judicial, conforme estabelecido pela lei nº 1.029 de 1969.
Durante sua carreira, Lisboa foi reconhecido por seu desempenho: em julho de 1996, o governo do Rio de Janeiro concedeu-lhe uma gratificação de 50% sobre o salário por demonstrar "alto grau de profissionalismo" em operações de grande vulto na área do 20º BPM.
Em nota ao Terra, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a Corregedoria Geral da Corporação acompanhou a ação do Ministério Público que resultou na prisão de Lisboa por envolvimento no homicídio.
De acordo com a CNN, o policial reformado foi surpreendido pelos agentes do MP enquanto dormia em sua casa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Após ser preso, ele foi levado à Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados, na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio, e encaminhado para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Rogério de Andrade, considerado um dos bicheiros mais perigosos do Estado, também foi preso no início desta terça-feira, em sua casa na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, durante a operação Último Ato. Os mandados de prisão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri.
Esta não é a primeira vez que Andrade é denunciado por envolvimento no assassinato de Iggnácio. Em março de 2021, o Ministério Público já havia apresentado uma acusação contra ele, mas, em fevereiro de 2022, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu trancar a ação penal, alegando falta de provas suficientes que comprovassem seu papel como mandante do crime.
No entanto, um novo Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi aberto, e o Gaeco identificou, além de outras execuções ligadas à disputa entre os contraventores, a participação de mais uma pessoa no assassinato de Iggnácio.