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Polícia Civil e MP vão filmar ações da PM durante manifestações no Rio

14 out 2013 - 21h22
(atualizado às 21h28)
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Representantes do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro e da Polícia Civil vão filmar as abordagens feitas pela Polícia Militar a pessoas com os rostos cobertos, mascaradas e que estejam usando mochilas. A revista será feita, por policiais militares identificados, já na manifestação prevista para esta terça-feira, Dia do Professor.

A concentração está marcada para as 15h, na Candelária, no centro do Rio. Os professores sairão em passeata pela avenida Rio Branco.

A decisão de filmar a ação da PM foi tomada durante uma reunião no Quartel-General da corporação, com a participação do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), da Polícia Civil, Ministério Público e Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.

A iniciativa partiu do comandante-geral da PM, coronel José Luis Castro Menezes, com a finalidade de viabilizar mecanismos de controle e monitoramento da ação policial nas ruas e torná-los eficazes na preservação da ordem pública, reduzindo as possibilidades de confronto e oconsequente uso de força.

O coronel Castro Menezes voltou a defender o direito democrático das manifestações, "mas reafirmou que diante da atuação de vândalos, que adotam táticas violentas e depredam o patrimônio público e privado, os agentes do Estado têm o dever legal de interrompê-los, afastando a ocorrência do ilícito".

No encontro, ficou definido, também, que os profissionais de educação, por meio do Sepe, terão acesso aos oficiais da corporação, em posto de comando, que estiverem participando do policiamento nas manifestações.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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