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Polícia Civil investiga morte de técnico audiovisual em estúdio de Pablo Marçal

Celso Guimarães Silva, de 49 anos, sofreu uma descarga elétrica que o derrubou de uma altura de 3 metros; coach diz que espaço estava alugado e responsabilidade é do locatário

30 jun 2023 - 09h57
(atualizado às 16h40)
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SOROCABA - O técnico audiovisual Celso Guimarães Silva, de 49 anos, morreu na quarta-feira, 28, após sofrer descarga elétrica que o derrubou de uma altura de 3 metros, em um estúdio do coach Pablo Marçal, em Barueri, região metropolitana de São Paulo. O acidente foi na segunda-feira, 26, quando o estúdio estava alugado para uma produtora de eventos. O funcionário foi levado ao Hospital Municipal de Barueri, mas não resistiu aos ferimentos.

O coach Pablo Marçal em expedição no Pico dos Marins, em Piquete (SP)
O coach Pablo Marçal em expedição no Pico dos Marins, em Piquete (SP)
Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

O acidente foi registrado na Polícia Civil de Barueri, que investiga o caso como "morte suspeita". Segundo o registro, Celso usava equipamentos de segurança, como capacete e talabarte, espécie de cinto preso à estrutura de uma escada, que não tinha pontos fixos de apoio.

No hospital, ainda com vida, ele gravou um vídeo explicando o acidente. "Coloquei o tubo de lado, recebi uma descarga elétrica de 220 volts, caí da escada e só me lembro que depois estava no hospital. Estou com dor em tudo que é lado, costelas, coluna comprometida, é isso", relatou.

Ao Estadão, o advogado de Marçal, Tassio Renan, disse que o acidente não é de responsabilidade do coach. "A gente tem alguns imóveis disponíveis para aluguel e aquele estúdio estava alugado. Nossos estúdios são regularmente fiscalizados e auditados para manter a segurança de quem contrata o serviço. Então, a responsabilidade é do locatário. Temos as câmeras de segurança que resguardam nossa posição em relação aos fatos", disse.

Em nota, Pablo Marçal confirmou a versão do advogado. "O imóvel foi alugado por uma empresa de terceiros, que contratou um produtor que, por sua vez, contratou Celso como eletricista. O sistema de segurança do prédio gravou o momento do acidente, que será encaminhado às autoridades assim que for solicitado. O motivo da queda, pelo que se nota no vídeo, foi uma tentativa frustrada de se fazer uma manobra na escada em que ele estava."

Ainda segundo a nota, a empresa que alugou o estúdio e o produtor que contratou Celso estão cuidando de tudo o que a família precisa. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual (Sindcine) lamentou o acidente em suas redes sociais. A presidente Sonia Santana, que nesta sexta compareceu ao velório de Celso, disse que espera a completa apuração das responsabilidades. "É trágico que novamente um técnico perca a vida em condições que poderiam ser prevenidas", postou, em rede social.

O corpo estava sendo velado no Velório Municipal de Santana do Parnaíba e será sepultado no Cemitério Municipal de São Miguel Arcanjo.

Segunda morte

Esta é a segunda morte em investigação pela Polícia Civil em circunstâncias que envolvem empresas de Pablo Marçal. No início de junho, Bruno Teixeira, de 26 anos, funcionário da X Grow, empresa fundada pelo coach, morreu durante participação em uma maratona promovida por funcionários de outra empresa de Marçal. O jovem passou mal após correr 15 quilômetros dos 42 estipulados para a prova.

Ele chegou a ser internado, mas não resistiu. O coach negou qualquer ligação com a vítima e disse que a maratona foi promovida por funcionários, sem participação de sua empresa. Marçal postou em rede social ter homenageado Bruno gravando o nome dele em seu melhor tênis de corrida.

Em 2022, o coach esteve envolvido em outra polêmica, quando organizou uma subida ao Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, acompanhado por dezenas de seguidores. O local tem quase 2,5 mil metros de altitude e os participantes, que não estavam com equipamentos adequados, foram surpreendidos por uma tempestade com ventos fortes. O coach e parte do grupo precisaram ser resgatados pelo Corpo de Bombeiros.

Estadão
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