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Polícia detalha passos da investigação para encontrar bebê Nicolas; confira

Mãe do menino teria sido convencida a entregar o bebê, de 2 anos, a um suposto casal

9 mai 2023 - 19h01
(atualizado às 19h08)
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O bebê de 2 anos que desapareceu no dia 30 de abril em Santa Catarina foi encontrado na segunda-feira, 8, em São Paulo.
O bebê de 2 anos que desapareceu no dia 30 de abril em Santa Catarina foi encontrado na segunda-feira, 8, em São Paulo.
Foto: Reprodução/Instagram/sosdesaparecidospmsc / Estadão

As polícias Civil e Militar de Santa Catarina detalharam os passos seguidos na investigação que encontrou o menino Nicolas Gaspar, de 2 anos, em São Paulo. Confira:

Como as investigações começaram?

Tudo começou na noite de sexta-feira, 5, quando tios e a avó do bebê foram à delegacia registrar o desaparecimento da criança. Ele tinha sido visto pela última vez no dia 30 de abril. Os familiares levavam consigo o celular da mãe de Nicolas, em busca de achar alguma pista sobre onde ele poderia estar. 

"Eram 21h de sexta e nós estávamos na polícia científica tentando abrir o celular que nos foi entregue”, disse a delegada Sandra Mara, responsável pelo caso na Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami). 

O aparelho foi desbloqueado cerca de 1h30 depois. Nele, a polícia encontrou indícios de que a mãe do bebê estava sendo aliciada para entregá-lo há cerca de 2 anos. “Nós vimos que houve um assédio a vítima para que ela entregasse a criança”, afirmou Sandra Mara.

A mãe, que tem 22 anos, também está sendo investigada. Apesar disso, a polícia ainda não sabe se ela recebeu dinheiro ou algum tipo de benefício para entregar a criança. O que tem sido repetido é que ela possui uma “fragilidade emocional e psicológica”.

A mãe de Nicolas estava internada quando o filho desapareceu. Com aval dos médicos, ela pôde prestar depoimento à polícia, e disse ter sido convencida a entregar o bebê a um casal. Ela ainda negou ter recebido algum tipo de vantagem.

A delegada ressaltou a idade da mulher, apontando para que isso fosse um fator que acentuasse a sua vulnerabilidade psicológica. "Ela é muito jovem, ficou grávida com 19 anos, ela não tem emprego", ponderou. Sandra Mara ainda afirmou que Nicolas está registrado apenas no nome da mãe.

Dupla que levou Nicolas

Para chegar até a dupla que levou o bebê, as polícias Civil e Militar precisaram pedir a quebra de sigilo de aplicativos de deslocamento - Uber e 99 Táxi - para traçar os últimos passos da mãe com o menino. A agilidade das instituições foi essencial nesse momento.

"Nós instauramos o inquérito por volta das 16h30 de sexta, a distribuição das medidas cautelares ao poder Judiciário se deu às 19h52, a 1h da manhã de sábado eu já estava recebendo os mandados de busca", relembrou a delegada Sandra Mara.

Com essas informações, os policiais chegaram até imagens de um carro saindo de um restaurante na cidade de São José, na Grande Florianópolis, e acompanharam seu trajeto até a cidade de São Paulo. As mesmas pessoas que levaram Nicolas do município catarinense são as que foram presas em São Paulo.

Os dois, que não são efetivamente um casal no sentido amoroso, estavam rodando com placa adulterada em Santa Catarina. Porém, ainda assim, a Polícia Rodoviária Federal conseguiu fazer o monitoramento de placas até a chegada no Estado de São Paulo. 

Por não serem um casal de fato, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, não acredita que os dois ficariam com o bebê. "Seria um aliciador e uma pessoa que ficou com a guarda da criança em São Paulo", explica.

A dupla foi presa a caminho do Fórum de Tatuapé, porque, ao que tudo indica, eles teriam decidido entregar a crianças às autoridades depois da repercussão que o caso teve na imprensa.

"A repercussão social, a atuação da polícia catarinense, fez com que esses indivíduos ficassem com medo e decidissem se apresentar com a criança, mas foram abordados no caminho. É uma possibilidade do arrependimento posterior", analisa Ulisses Gabriel. Nessa situação, a pena dos dois poderia até ser diminuída, mas a responsabilidade pelo crime não é extinta.

Afinal, qual crime cometeram?

A dupla que estava com Nicolas foi presa em flagrante por tráfico de menores. Com relação a mãe do bebê, a polícia ainda não sabe precisar. Existem alguns fatores a serem analisados, como se ela recebeu ou não dinheiro por ter entregue o bebê ao casal.

Além disso, há a possibilidade do caso estar envolvido em uma rede de tráfico de crianças.

Quando Nicolas volta para casa?

Por enquanto, o menino Nicolas está sob os cuidados do Conselho Tutelar de São Paulo. Isso porque como o mandado de busca foi cumprido em São Paulo, a jurisdição indica que a responsabilidade passa a ser do Estado em que a criança está, apesar de a avó materna do menino ter uma determinação para ficar com a tutela provisória do bebê.

"Nós já podemos assegurar que ele se encontra em lugar seguro e todas as providências estão sendo tomadas para que muito em breve ele retorne ao nosso Estado", garantiu o secretário de Segurança Pública de Santa Catarina (SSP-SC), Paulo Cezar Ramos de Oliveira.

Quando o retorno de Nicolas for autorizado pela Justiça, a SSP-SC deverá assegurar uma equipe multidisciplinar para trazer o menino de volta para casa em segurança. "Nós vamos disponibilizar um delegado, um psicológo, mais dois policiais militares para se deslocarem em São Paulo e darem todo o apoio necessário, psicológio e moral, também material para essa criança", afirmou o delegado-geral Ulisses Gabriel.

Fonte: Redação Terra
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