Polícia do RJ prende dois suspeitos de negociar metralhadoras furtadas do Exército
Prisões ocorreram em um condomínio de luxo em Santana do Parnaíba (SP); suspeitos teriam negociado a venda das armas ao Comando Vermelho
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na noite desta sexta-feira, 11, em São Paulo, dois suspeitos de negociar as 21 armas furtadas do arsenal do Exército em Barueri, na Região Metropolitana de SP. A prisão ocorreu durante a Operação Tormentorum Vendito (Mercador de Artilharia).
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A dupla se trata de Jesser Marques Fidelix, o Jessé, de 31 anos, e Márcio André Geber Boaventura Júnior, concunhado dele, de 24 anos, conforme divulgado pela TV Globo. Os dois foram encontrados em um condomínio de luxo em Santana do Parnaíba (SP), após uma denúncia anônima. Contra eles, foram cumpridos mandados de prisão temporária. No local, dois carros foram apreendidos, sendo um deles, de luxo.
Segundo a Polícia, eles foram identificados após um trabalho de análise de imagens de um vídeo que circulava a internet. A equipe constatou que os dois estariam negociando as armas para que traficantes do Comando Vermelho e milicianos a utilizassem nos confrontos nas regiões da Gardênia Azul e na Cidade de Deus, na Zona Oeste.
As investigações apontam ainda que os presos e outros investigados atuam no comércio ilícito de armas de fogo, principalmente as de uso restrito, além de outras práticas criminosas, como receptação e clonagem de veículos para escambo por armas com grandes fornecedores.
Ambos foram encaminhados para uma delegacia da capital paulista. Além disso, mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na cidade e em vários locais do Rio de Janeiro. Todos os endereços estão ligados à quadrilha dos dois presos, onde foram localizadas uma pistola, dois carregadores, um rastreador, quatro carros, um caminhão, 12 celulares, três notebooks, pen drives, documentos e outros materiais.
O Terra não conseguiu localizar a defesa de Jesser Marques Fidelix e Márcio André Geber Boaventura Júnior. O espaço permanece aberto para manifestações.
Ainda faltam armas
As metralhadoras foram furtadas entre os dias 5 e 8 de setembro. No dia 6, foi realizada a última recontagem do arsenal. Mais de 30 dias depois, no dia 10 de outubro, um subtenente viu sinais de arrombamento no local, e percebeu que o lacre numerado havia sido trocado.
Os militares responsáveis por conferir se o lacre era o mesmo colocado no dia 6 de setembro estão sendo investigados por infrações disciplinares. As investigações apontaram que militares teriam cortado intencionalmente a luz do Arsenal de Guerra do Exército para cometer o crime, conforme o Jornal Nacional, da TV Globo.
Com o corte de energia, o sistema de segurança parou de funcionar. Na perícia, foram encontradas impressões digitais de militares do quartel em alguns quadros de luz.
Ao todo, 19 armas foram recuperadas até o momento, sendo dez no Rio e nove em São Roque, no interior de São Paulo. Duas delas ainda não foram localizadas.