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Polícia faz buscas por advogada desaparecida em sítio pesquisado por suspeito

Anic de Almeida desapareceu em 29 de fevereiro após sair a pé de um shopping

23 mai 2024 - 17h50
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Advogada desapareceu em 29 de fevereiro
Advogada desapareceu em 29 de fevereiro
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) fez buscas por Anic de Almeida Peixoto Herdy em um sítio de Guapimirim (RJ), na quarta-feira, 22. O local foi pesquisado por Lourival Correa Netto Fatiga, principal suspeito do desaparecimento da advogada há cerca de três meses, conforme informou o G1.

Com apoio de cães farejadores, agentes da 105ª DP (Petrópolis) vasculharam o local e chegaram a fazer escavações no terreno. As autoridades, no entanto, não encontraram nada que pudesse indicar que a mulher esteve na casa.

A investigação sinalizou que o endereço foi pesquisado por Lourival em 13 de março. Neste dia, os filhos de Anic receberam mensagens do número da mãe supostamente explicando o motivo do sumiço.

Segundo o jornal Extra, o dono do sítio negou conhecer o suspeito e afirmou que o local sequer foi alugado recentemente. Agora, as autoridades farão buscas em novos endereços da região.

Entenda o caso

Anic está desaparecida desde 29 de fevereiro após sair a pé de um shopping em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. A família dela pagou R$ 4,6 milhões, exigidos em dólares, reais e bitcoins, no dia 11 de março de 2024.

Após o pagamento, Benjamin recebeu uma mensagem do número da esposa. “Querido Benjamin, hoje é um dia muito triste para nossa família, é o dia que definitivamente irei me separar de vocês", escreveu. No texto supostamente escrito por ela, a advogada afirma que está há um ano com outra pessoa. “Acabamos nos apaixonando. Não me procure. Meu namorado é policial civil". 

Anic tem dois filhos, um do primeiro casamento, e outra fruto do relacionamento com o atual marido. Ambos também receberam mensagens, dois dias depois do pagamento, do telefone da mãe. "Fui embora do Brasil. Conheci uma pessoa, com ele que pretendo viver". Em seguida, a filha responde: “Se você vai falar isso para mim, vai ser pessoalmente. Eu quero pelo menos ouvir isso da tua voz". 

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que há suspeitas que a vítima tenha sido assassinada e teve seu cadáver ocultado.

As últimas imagens de Anic mostram que ela estava  em um shopping de Petrópolis às 11h08 da manhã
As últimas imagens de Anic mostram que ela estava em um shopping de Petrópolis às 11h08 da manhã
Foto: Reprodução

Polícia suspeita que ela teria forjado o próprio sequestro

Conforme a rádio CBN, as investigações revelaram que ela  teria participado do plano para forjar o próprio sequestro com ajuda do amante, o suspeito Lourival Correa Netto Fatiga, que já está preso.

A polícia descobriu que o celular usado por Anic antes de desaparecer tinha um chip com o nome de Lourival. Ela ainda teria usado este número de celular para falar com ele e encontrá-lo fora do shopping, local onde foi vista pela última vez.

Já Lourival usava um chip no nome de Benjamin, marido da vítima. O número foi usado como sendo do 'suposto sequestrador' para enviar mensagens ao marido da vítima anunciando o sequestro. 

O suspeito desligou o próprio telefone celular no dia do sequestro, entre 09h19 e 15h36, e usou o chip no nome da vítima. A investigação apontou que o telefone fez o mesmo caminho que o carro de Lourival até encontrar com Anic. A hipótese é que a vítima tenha deixado o shopping a bordo do veículo de Lourival. 

A polícia também analisou vídeo do estacionamento do shopping e identificou Anic colocando algo embaixo do banco do carro. O objeto seria o celular da vítima, que posteriormente foi encontrado por Benjamin. 

Prisões

Quatro pessoas foram detidas, incluindo Lourival Correa Netto Fadiga, apontado pela Polícia Civil e pelo MPRJ como o mentor do sequestro. Amigo da família por três anos, ele apresentou-se falsamente como policial federal. Dois filhos de Lourival e uma ex-namorada dele também estão presos por suspeita de envolvimento no crime.

Um comerciante de Foz do Iguaçu, para onde Lourival e Benjamim viajaram juntos, afirmou que Anic e Lourival se apresentavam como namorados e que já os viu se beijando várias vezes. A investigação sugere que Anic, devido a esse relacionamento extraconjugal, pode ter inicialmente concordado com o plano criminoso de Lourival.

Suspeitos de envolvimento

A quantia para o resgate de Anic foi colocada em uma mochila, que deveria ser entregue por Benjamim e Lourival no dia 11 de março em um shopping na Zona Oeste do Rio. Durante o trajeto, Lourival alegou ter recebido uma mensagem instruindo-o a deixar o dinheiro em uma lixeira no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, enquanto Benjamim aguardava no shopping.

A polícia descobriu que Lourival não foi a nenhuma comunidade, mas sim a uma concessionária, onde comprou a picape por R$ 500 mil em dinheiro, naquele mesmo dia. Ele também teria comprado uma motocicleta por aproximadamente R$ 30 mil, além de 950 celulares.

Os filhos de Lourival, Henrique Vieira Fadiga e Maria Luísa Fadiga, são suspeitos de auxiliar o pai no crime. Henrique teria recebido US$ 150 mil após a conversão de um depósito em reais. A Polícia Civil também aponta que Maria Luísa teria permitido que o pai usasse seu nome para registrar uma picape.

Ela teria ainda a responsabilidade de receber os celulares comprados com o dinheiro de três depósitos de R$ 325 mil cada, feitos por Benjamim em contas de empresas importadoras, conforme as investigações. 

Rebeca Azevedo Santos, ex-namorada de Lourival, é suspeita de participar da negociação para a entrega dos celulares adquiridos com parte do dinheiro do resgate. Os quatro suspeitos estão sendo acusados de extorsão mediante sequestro.

Fonte: Redação Terra
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