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Polícia Federal quer acesso a dados sobre acidente da VoePass

PF aguarda uma decisão judicial para acessar as investigações relacionadas ao acidente aéreo em Vinhedo (SP)

23 ago 2024 - 16h40
(atualizado às 18h04)
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Queda de avião em Vinhedo (SP)
Queda de avião em Vinhedo (SP)
Foto: REUTERS/Carla Carniel

A Polícia Federal (PF) aguarda uma decisão da Justiça para acessar as investigações relacionadas ao acidente aéreo em Vinhedo (SP) que matou 62 pessoas. As apurações são conduzidas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB). As informações são da CNN.

Embora o Cenipa e a PF tenham iniciado as investigações no local da queda da aeronave da VoePass, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve restrições ao Ministério Público e às polícias no que diz respeito ao acesso às informações coletadas pelo Cenipa. A decisão confirmou que esses dados só podem ser usados como provas em processos se houver autorização judicial.

Por isso, a superintendência da PF em Campinas (SP), responsável pelo inquérito, entrou com um pedido na Justiça Federal para obter acesso aos dados.

Fontes envolvidas na investigação informaram à CNN que, se a autorização for concedida, a PF já está pronta para “ajustar as forças de trabalho” e acelerar o processo investigativo.

De acordo com o jornal O Globo, a Polícia Federal já iniciou a elaboração de dois relatórios fundamentais para determinar as causas do acidente. Esses relatórios são o "laudo de sinistro aeronáutico" e o "laudo descritivo do local de queda".

No primeiro, a PF fará uma análise detalhada das documentações, certificações e registros de manutenção e inspeção da aeronave. Os agentes também examinarão a "cultura de segurança" da Voepass (antiga Passaredo), incluindo a avaliação do ambiente de trabalho, os procedimentos da companhia e o treinamento oferecido aos pilotos.

Esse relatório também incluirá um perfil do piloto e copiloto, que faleceram no acidente, considerando suas qualificações profissionais e estado de saúde.

O laudo ainda reconstituirá a dinâmica do voo, que partiu do Aeroporto de Cascavel (PR), perdeu estabilidade e caiu em "parafuso chato" — quando o avião rodopia no ar sem sustentação — em Vinhedo. Nessa parte, a PF irá elaborar uma linha do tempo dos eventos que levaram ao acidente e analisar as condições climáticas na hora da queda.

Segundo afirmou ao O Globo o chefe da PF em Campinas, delegado Edson Geraldo de Souza, o prazo mínimo para a conclusão desse laudo é de um ano. O relatório é semelhante ao que será produzido pelo Cenipa, que visa emitir recomendações e propor mudanças nos procedimentos com base no ocorrido. Já a PF tem a função de identificar os responsáveis pelo acidente do ponto de vista criminal.

O laudo sobre o local da queda, por sua vez, deve ser concluído em 90 dias. Esse relatório detalhará a posição em que as vítimas foram encontradas, o estado da aeronave, os danos causados pela colisão com o solo, entre outros aspectos.

Além desses dois laudos, a PF colhe depoimentos dos proprietários da companhia aérea, da equipe de manutenção das aeronaves da Voepass e dos operadores das torres de comando. Os policiais também já identificaram e devem ouvir as testemunhas que viram o avião despencar de uma altura de 4 mil metros, rodopiando no ar antes de se chocar contra o quintal de uma casa em Vinhedo. 

Em nota, a PF afirmou ao Terra que não irá se manifestar no momento, pois trata-se de uma investigação em andamento.

Fonte: Redação Terra
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