Polícia investiga grupo criado para 'caçar' supostos ladrões no Rio de Janeiro; veja vídeo
Grupo divulgou imagens nas redes sociais prometendo sair às ruas para espancar suspeitos de crimes em Copacabana
A Polícia Civil do Rio de Janeiro apura as ações de um grupo que divulgou imagens nas redes sociais prometendo sair às ruas para espancar suspeitos de crimes em Copacabana. A informação foi confirmada pela corporação ao Terra.
Recentemente, a região vem vivendo uma onda de violência que inclui diversos episódios de assaltos e arrastões, no entanto, segundo determina o Código Penal Brasileiro, fazer "justiça com as próprias mãos" é crime previsto no artigo 345.
Imagens que circulam nas redes sociais desde a noite desta terça-feira, 5, mostram trocas de mensagens entre o grupo, que chega a registrar os objetos que pretende usar nas ações, incluindo soco-inglês, pedaços de pau e pessoas armadas para dar cobertura.
Em suas redes sociais, o professor mestre em Jiu-Jitsu Fernando Pinduka, que tem mais de 100 mil seguidores, fez uma convocação para que seja formada uma "força-tarefa" contra os supostos criminosos.
"Venho levar ao conhecimento de vocês a minha indignação aos últimos episódios ocorridos em Copacabana, agressões e covardias comandadas por vagab*****, assaltantes e desordeiros contra pessoas de bem. Moradores e transeuntes andam desprotegidos nas ruas, estou com a intenção de organizar uma possível força-tarefa para neutralizar esses meliantes em defesa da tranquilidade do bairro. Seria fantástico um engajamento das academias e de lutadores da localidade participando dessa ideia, abraçando o projeto de limpeza em Copacabana", escreveu ele.
Nos comentários da publicação, ele afirma que não está estimulando violência, mas apenas "estimulando alguma maneira de proteger a nós mesmos, nossos familiares e as pessoas de bem". Ele também afirma que frequentemente presencia nas ruas agressões, covardias e assaltos em bando. Muitos de seus seguidores afirmaram apoiar a iniciativa.
Vídeos que circulam nas redes sociais (veja acima) mostram homens prometendo espancar suspeitos. Em uma dos registros, os membros do grupo tentam esconder o rosto e gritam que na "Zona Sul só tem playboy" e "que vão pegar". Depois, eles aparecem agredindo um rapaz.
O grupo se formou poucos dias após ocorrer o ataque sofrido pelo empresário Marcelo Rubim Benchimol, que foi agredido até desmaiar, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, ao tentar defender uma personal trainer.
De acordo com a Polícia Civil, diligências estão em andamento para identificar os envolvidos nesse grupo e esclarecer os fatos. Em nota, a Polícia Militar alerta que, tendo em vista as imagens que estão circulando nas redes sociais, convocações para agressões ou perturbação de ordem pública não são maneiras adequadas de resolver ações criminosas que vêm ocorrendo em Copacabana.
"É importante que a sociedade apoie, confie e colabore com as ações realizadas pelos órgãos de segurança pública, bem como de outros atores envolvidos. É importante salientar que esse é um problema que ultrapassa a atuação somente da Corporação, sendo um obstáculo de âmbito social. E cabe destacar que é de suma importância a atuação ativa de outros atores sociais e de órgãos públicos – municipal, estadual e federal. Além disso, destacamos que a legislação vigente precisa ser revista no que tange a segurança pública", destacou a PM.
A corporação também informou que a Secretaria de Estado de Polícia Militar continua atuando com policiamento reforçado, diuturnamente em Copacabana, trabalhando de forma integrada com as demais forças de segurança.