Polícia volta a pedir prisão de motorista de Porsche que causou morte; entenda novos argumentos
Empresário Fernando Sastre de Andrade Filho conduzia o carro de luxo no momento do acidente que matou Ornaldo da Silva Viana
A Polícia Civil de São Paulo voltou a pedir a prisão do motorista da Porsche que colidiu com um Sandero no último domingo, 31, na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, na zona leste de São Paulo. O acidente causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos.
Desta vez, a polícia solicitou a prisão preventiva do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que conduzia o carro de luxo no momento do acidente.
Antes, já havia sido feito um pedido de prisão temporária, mas a solicitação foi negada pela Justiça paulista. "Embora o Ministério Público tenha se manifestado positivamente, a Justiça não acatou o pedido, e nós temos que respeitar essa decisão", disse o delegado assistente da 5ª Seccional (Leste), Carlos Henrique Ruiz.
O delegado afirma que a investigação avançou ao longo da última semana, com oitivas de testemunhas importantes, e que agora a equipe do 30º Distrito Policial, que conduz o caso, já tem novos elementos para solicitar a prisão.
"A Polícia Civil entende que o autor deve permanecer preso durante as investigações", disse Ruiz. Segundo ele, o Ministério Público também já assinalou positivamente, por meio de parecer, para o pedido.
O inquérito deve durar no mínimo 30 dias. Apesar dos avanços, há ainda testemunhas centrais para serem envolvidas, como a namorada de Fernando. Ela deve ser ouvida nesta semana.
Quais são os novos argumentos usados pela Polícia Civil?
A Polícia Civil se valeu de três argumentos principais no pedido de prisão preventiva, segundo relatou o delegado:
- o primeiro seria a reincidência no excesso de velocidade, uma vez que o motorista teve a carteira suspensa recentemente por esse motivo;
- outro ponto é que, segundo testemunhas, Fernando aparentava estar "alterado" antes do acidente. A ingestão de álcool ainda é investigada, mas a suspeita acendeu o alerta dos investigadores;
- por fim, a Polícia Civil cita o risco de o motorista ir para outro país, dado, nas palavras do delegado, o "poder aquisitivo" do dono do Porsche.
Além da morte de Ornaldo, o acidente envolvendo o Porsche resultou na internação de um amigo de Fernando, que também estava no carro no momento da colisão. Como mostrou o Estadão, ele teve que passar por um procedimento cirúrgico para retirar o baço após o acidente.