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Política de segurança do Rio está certa e vai se manter assim, diz governador Cláudio Castro

Castro voltou a defender a atuação da polícia após a operação que deixou ao menos 23 mortos na Vila Cruzeiro. Gestão deve apresentar em 60 dias um novo plano de redução da letalidade ao STF

3 jun 2022 - 17h34
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Dez dias após a operação policial que provocou pelo menos 23 mortes na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta sexta-feira, 3, que a política de segurança do Estado está correta e que vai se "manter assim".

Levantamento feito pelo Estadão mostra que onze dos 23 mortos na ação não respondiam a processos criminais. Há menos de dois anos no cargo, Castro, que comanda as polícias, viu acontecer as duas operações com maior número de vítimas da história do Estado. A outra foi no Jacarezinho, em 2021, com 29 óbitos.

"A estratégia (de segurança) é a mesma. Está correta (a operação). Os índices (de criminalidade) estão baixando. Essa questão é que, quando a polícia chegou para prender, os bandidos estavam em bonde saindo às 4h30, e houve o confronto. Dizem que eles estavam indo para a Rocinha. A política de segurança está correta. A gente acredita nela, confia nela. E vai manter assim", afirmou.

Castro participou do lançamento do site "Itinerários Virtuais da Independência" da Comissão Curadora do Senado na Universidade Católica de Petrópolis (UCP). A cerimônia contou a participação do prefeito Rubens Bomtempo; do presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG); dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Carlos Portinho (PL-RJ) e Jean Paul Prates (PT-RN) e do deputado federal Hugo Leal.

Após se reunir com o relator da ADPF das favelas no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, Castro disse que a Corte está empenhada "em ajudar" o Rio na área da segurança.

"No dia da operação eu liguei para ele (Fachin). Depois, nós tivemos um encontro virtual com todos os nossos agentes de segurança. Estamos mantendo um diálogo", contou.

O governador disse ainda que o Estado deve entregar, em até 60 dias, um novo "plano de redução da letalidade policial", com os ajustes solicitados pela Corte.

"Deixando claro que não há nenhum aspecto de chacina aqui, infelizmente, tem hora que o efeito colateral da operação é esse. A gente não celebra esse tipo de morte, mas a polícia está fazendo o trabalho dela", disse o governador. "O que houve foi uma operação em que a polícia entrou às quatro e pouco da manhã, e tem um bonde fortemente armado. Eles tentaram fazer chacina com a polícia. Foi o inverso", disse na quarta-feira.

Segundo o ocupante do Palácio das Laranjeiras, "a polícia cumpriu com o papel dela" e havia três forças diferentes envolvidas na ação. "Achar que eles ficaram no cafezinho antes combinando chacina é no mínimo desrespeitar as forças policiais", afirmou.

Apesar de dizer que o governo "não celebra mortes", Castro declarou que é preciso "saber diferenciar morador honesto, morador trabalhador, desses que às 4h30 da manhã andam em bonde fortemente armados, com metralhadoras e granadas".

Estadão
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