Script = https://s1.trrsf.com/update-1731943257/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

População do Brasil deve parar de crescer em 2041, aponta IBGE

Estudo demográfico também mostra que em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do País serão idosos

22 ago 2024 - 12h00
(atualizado às 12h52)
Compartilhar
Exibir comentários
Movimentação de passageiros no metrô de São Paulo
Movimentação de passageiros no metrô de São Paulo
Foto: Taba Benedicto/Estadão

A população brasileira deve atingir seu pico de crescimento em 2041, chegando a 220,4 milhões de habitantes, e a partir daí começará a diminuir, alcançando 199,2 milhões em 2070, segundo as projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo Demográfico de 2022. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 22.

O estudo demográfico também mostra que, de 2000 para 2023, a taxa de fecundidade caiu de 2,32 para 1,57 filho por mulher, e deve recuar até 1,44 em 2040, quando atinge seu ponto mais baixo. Já a idade média da população brasileira atingiu 35,5 anos em 2023 e deve subir para 48,4 anos em 2070.

Taxa de fecundidade e idade média que mulheres têm filhos

Segundo as Projeções de População 2024, a taxa de fecundidade do País era de 2,32 filhos por mulher em 2000, recuou para 1,75 filhos por mulher em 2010 e chegou a 1,57 em 2023. Essa taxa deve recuar para 1,47 em 2030 e atingir seu ponto mais baixo em 2041, chegando a 1,44 filho por mulher.

No entanto, a partir de 2050, as projeções indicam que a taxa terá ligeiro aumento, indo a 1,45 em 2050, a 1,47 em 2060 e chegando a 1,50 em 2070. 

Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, lembra que a redução da taxa de fecundidade é um fenômeno presente desde os anos 1960. "Vários fatores contribuíram para isso, como a urbanização, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade feminina, além da popularização da pílula anticoncepcional. Com isso, as taxas de fecundidade recuaram gradativamente de uma média de mais de seis filhos por mulher para os patamares atuais", afirma.

As regiões com as taxas de fecundidade mais altas em 2023 foram Norte (1,83) e Centro-Oeste (1,71), enquanto o Nordeste (1,56), o Sul (1,56) e o Sudeste (1,48) tiveram as taxas mais baixas. Entre os estados, a taxa de fecundidade mais alta foi a de Roraima (2,26) e a mais baixa, do Rio de Janeiro (1,39).

Outra informação das Projeções de População é a idade média da fecundidade, ou seja, a idade média em que as mulheres tinham seus filhos. Antes na faixa dos 25,3 anos em 2000, passou para 27,7 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070.

Redução em nascimentos

Com a redução da fecundidade, o número de nascimentos ocorridos a cada ano também se reduziu ao longo do período analisado pelas Projeções de População: de 3.572.865 nascimentos em 2000, recua para 2.947.296 em 2010 e, a seguir, para 2.574.542 em 2022. Para 2070, as Projeções de População mostram 1.488.161 nascimentos.

"As regiões que apresentaram maior redução do número de nascimentos ao longo da última década foram o Norte e, principalmente, o Nordeste", destaca Izabel.

De 2000 a 2023, o número de nascimentos no Nordeste recuou de 1,1 milhão para 705,6 mil. No mesmo período, no Norte, esse indicador recuou de 377 mil para 285 mil.

Em 2041, população do país chegará ao máximo

Como consequência desses indicadores, o crescimento populacional do País vai desacelerar até 2041, quando a população atingirá seu número máximo: 220.425.299 habitantes. A partir deste ano, a população do país deve diminuir, até chegar aos 199.228.708 habitantes em 2070.

"A migração entre unidades da federação é um fator muito importante nas dinâmicas populacionais. Alguns estados são a origem e outros, o destino desses migrantes. Isso vai fazer com que cada estado tenha sua inflexão populacional em um momento diferente", explica Izabel.

Rio Grande do Sul e Alagoas devem ser os primeiros a reduzir sua população, já em 2027, com o Rio de Janeiro logo a seguir, em 2028. Por outro lado, Mato Grosso deve ser o último estado a fazer essa inflexão, em algum momento após 2070 (ano limite das atuais Projeções de População). Já Santa Catarina e Roraima devem começar a reduzir sua população em 2064.

Mortalidade infantil cairá para 5,8 óbitos por mil em 2070

As Projeções de População também analisam os padrões de mortalidade do País, permitindo perceber que ela vem reduzindo nos grupos etários mais jovens, de acordo com o IBGE.

A taxa de mortalidade infantil, que abrange a mortalidade de crianças com até um ano de idade, recuou de 28,1 óbitos por mil nascidos vivos em 2000, para 12,5 óbitos por mil, em 2023. Segundo as Projeções de População do IBGE, essa taxa vai recuar para 5,8 em 2070.

Além disso, no País, a expectativa de vida ao nascer subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023. Entre os homens, esse indicador foi de 67,3 anos para 73,1 anos, no período, e entre as mulheres, de 75,1 anos para 79,7 anos. 

De 2000 a 2023, proporção de idosos na população quase duplicou

As Projeções de População do IBGE mostram que, de 2000 para 2023, a proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em números absolutos, o total de idosos passou de 15,2 milhões para 33,0 milhões, no período.

Em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do País serão idosos, o que corresponderá a 75,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.

Outro indicador que ilustra a mudança no padrão etário do país é a idade média da população, que era de 28,3 anos em 2000 e subiu para 35,5 anos em 2023. Para 2070, a idade média projetada da população brasileira é 48,4 anos.

"Essas médias diferem bastante entre os estados. O Rio Grande do Sul tem a maior idade média (38,1 anos), com Rio de Janeiro (37,5 anos) e Minas Gerais em seguida (37,1 anos). Os estados mais jovens são da região Norte: Amapá (29,3 anos) e Roraima (28,7 anos)", concluiu Izabel Marri.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade