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Porto Alegre: conflito entre manifestantes e PMs se espalhou pelo centro

Acuados pela polícia, manifestantes promoviam depredações em toda a cidade

21 jun 2013 - 12h35
(atualizado às 12h45)
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Veja cenas de conflitos da PM com manifestantes em Poa:

Na noite de quinta-feira, a cidade de Porto Alegre foi palco de mais confrontos da polícia com manifestantes. A medida que a Brigada Militar avançava os a multidão se espalhava pelas ruas da cidade, e revoltados com a ação policial promoveram depredações e mais enfretamentos que perduraram até o começo da madrugada.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

Diferente do que aconteceu em outros protestos, a reação da PM foi disparada apenas pela ameaça de depredação de um prédio da Zero Hora, jornal que faz parte do grupo RBS, afiliada da TV Globo no Estado.

Porto Alegre (RS)
Porto Alegre (RS)
Foto: Reuters

Desta vez, a polícia parecia estar mais preparada, com agentes infiltrados entre os manifestantes, e protagonizou uma ação muito mais forte e orquestrada para dispersar quem estava nas ruas para enfrentar as forças de segurança.

Apesar do disparo de inúmeras bombas de efeito moral, tiros de bala de borracha e gás lacrimogênio, os manifestantes se recusavam a recuar e enfrentavam a polícia toda vez que a tropa de choque parava. Nesses momentos, a polícia abria caminho para a cavalaria que avançava contra os manifestantes para dispersá-los.

Porto Alegre (RS)
Porto Alegre (RS)
Foto: Daniel Favero / Terra

Essa estratégia da polícia fez com que a batalha se espalhasse pela cidade, centralizando os manifestantes no Centro da cidade, onde começou a mobilização. Durante o trajeto, o apoio de estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) na mobilização protagonizou um verdadeiro ataque aéreo na avenida João Pessoa. Do alto do prédio do Diretório Central dos Estudantes dos Estudantes (DCE), onde fica a Casa do Estudante, os universitários atiraram garrafões de água e garrafas de vidro contra a polícia. “Recua, polícia, é o poder popular que está na rua”, gritavam nas sacadas.

Porto Alegre (RS)
Porto Alegre (RS)
Foto: Reuters

O avanço policial fez com que a aglomeração dos manifestantes voltasse à prefeitura de Porto Alegre, onde tudo começou. O batalhão de choque ficou perfilado, e assim que um ônibus com os detidos na manifestação chegou a um batalhão próximo, voltaram os enfrentamentos que transformaram o local em uma verdadeira praça de guerra.

Novamente a cavalaria, bombas, tiros de balas de borracha e gás foram usados para dispersar os manifestantes, que finalmente se desmobilizaram, por volta das 23h, mas os cenário nas ruas da cidade era de guerra.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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