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PR: governo e prefeitura são atacados durante protesto em Curitiba

21 jun 2013 - 00h52
(atualizado às 00h55)
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<p>Chuva e frio arrefeceu mas não impediu nova noite de protestos no Paraná</p>
Chuva e frio arrefeceu mas não impediu nova noite de protestos no Paraná
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra

A exemplo do que aconteceu na manifestação na última segunda-feira, um pequeno grupo praticou atos de vandalismo durante o protesto realizado na noite desta quinta-feira quando 3,5 mil pessoas foram às ruas para protestar contra a tarifa do aumento de ônibus e a qualidade na prestação dos serviços públicos em Curitiba. Sete pessoas foram presas.

O grupo se concentrou na Boca Maldita, no centro de Curitiba, e percorreu diversas ruas, bloqueando o trânsito. A chuva e o frio que marcaram o dia acompanharam os manifestantes em todo o trajeto. Fogos de artifício e rojões acompanharam a manifestação. Parte dos manifestantes ainda se dirigiu para a Rodoferroviária de Curitiba, onde fica a sede da Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte público na cidade.

Durante o protesto, um grupo tentou invadir o Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná. Manifestantes contrários à violência tentaram barrar a ação dos baderneiros. Alguns manifestantes jogaram pedras e chutaram os portões, forçando a Polícia Militar a fazer um cordão de isolamento. Sete pessoas acabaram detidas por policiais que acompanhavam o protesto. Pedras também foram jogadas contra o Palácio 29 de Março, sede da prefeitura de Curitiba, próximo ao Palácio Iguaçu. Alguns vidros do prédio racharam.

Um jovem passou mal durante o protesto e precisou ser atendido por uma ambulância do Samu em frente ao Palácio Iguaçu.

Protesto, apesar de chuva e redução

Para o designer gráfico Samuel de Castro, a chuva forte tirou um pouco a animação dos manifestantes e dos curitibanos que tinham a intenção de participar do protesto e acabaram preferirando se proteger da chuva. "Muita gente está vindo para os protestos para falar o que acredita, o que deve ser feito. No começo foi uma coisa bem legal, mas agora acho que está perdendo um pouco foco", comentou.

A estudante Mônica Carneiro achou que a chuva não impediu os curitibanos de sair para as ruas protestar. "Se o pessoal não tomar providencia, a gente não vai parar. A redução na passagem anunciada hoje foi muito pouco. Os governantes precisam se coçar", afirmou a estudante, que participou pela primeira vez dos protestos em Curitiba.

O protesto ocorreu mesmo com o anúncio de redução do preço da passagem  de ônibus em Curitiba. O prefeito Gustavo Fruet (PDT) declarou que a tarifa passa a valer R$ 2,70 a partir de 1° de julho, contra o atual valor de R$ 2,85.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Especial para Terra
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