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Curitiba: com "chuva de dinheiro", servidores ocupam Câmara

Manifestação levou o presidente da Casa a interromper a sessão por duas horas

28 jun 2017 - 14h49
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Foto: Chico Camargo/CMC

Um dia após os vereadores de Curitiba aprovarem, já em segunda votação, quatro projetos de lei do ajuste fiscal do prefeito Rafael Greca (PMN), servidores municipais voltaram a protestar nas dependências do Legislativo. Por volta das 9h30 desta quarta-feira (28), pouco mais de meia hora depois do início da sessão, manifestantes começaram a jogar notas de dinheiro falsas e a entoar palavras como "vendido", "covarde" e "safado", direcionadas aos parlamentares favoráveis ao “pacotaço”. A manifestação levou o presidente da Casa, Serginho do Posto (PSDB), a suspender os trabalhos temporariamente.

Conforme a assessoria de imprensa da Câmara, as galerias estavam restritas a 28 pessoas, seguindo  recomendação do Corpo de Bombeiros. Ontem e anteontem, também por “questão de segurança”, as polêmicas votações do “Plano de Recuperação” ocorreram no teatro Ópera de Arame, a sete quilômetros do Palácio Rio Branco, e com forte esquema policial no entorno. Apenas algumas pessoas autorizadas puderam acompanhar os debates. Na segunda-feira (26), por diversos momentos, o clima do lado de fora ficou tenso e houve confronto entre manifestantes e policiais.

Diante da interrupção de hoje, funcionários públicos que estavam do lado de fora do prédio histórico também passaram pelo portão externo, que separa a escadaria do edifício, ingressaram na sede e ocuparam o plenário, onde permaneceram por duras horas. "Não tem arrego, você tira o meu direito a gente tira o seu sossego" e "eu acredito na luta", gritavam. Na sequência, eles deixaram o local e caminharam pelas ruas do entorno, carregando um caixão, que representa a morte de direitos. 

Membros do Sindicato dos Servidores Magistério Municipal de Curitiba (Sismac) ainda armaram uma espécie de varal com fotos do confronto de anteontem, que segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp) deixou 24 feridos – sendo 14 manifestantes, atingidos por balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo e dez policiais. A todo momento, os sindicalistas xingavam os parlamentares favoráveis ao ajuste de "bandidos" e elogiavam os contrários com o grito "me representa".

Foto: Chico Camargo/CMC

A plenária foi retomada às 11h45.  Na pauta, estavam os segundos turnos da nova meta fiscal, atualizando a dívida do município para R$ 2,1 bilhões, e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018. A primeira matéria altera o valor estimado pela gestão anterior da Prefeitura de Curitiba, que era de menos R$ 303,2 milhões, para R$ 2,194 bilhões negativos. A sessão, última antes do recesso parlamentar, foi encerrada às 13h05. A íntegra está disponível no Youtube.

As demais propostas do "pacotaço" fiscal já tinham seguido para sanção do prefeito. Elas abrangem: a reforma na previdência, com aumento da contribuição pelos servidores; a suspensão da data-base e dos planos de carreira; o leilão de dívidas da prefeitura e a criação de uma lei de responsabilidade fiscal do município. As medidas tramitavam em regime de urgência e, por essa razão, trancavam a pauta. O Executivo justifica que o ajuste é necessário para colocar as finanças da administração em dia.

Fonte: Especial para Terra
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