Prefeitos do ABC pedem que Doria afrouxe quarentena na região
Grande São Paulo está na primeira fase, que é de alerta máximo, enquanto a capital está na fase dois, em que algumas atividades podem ser liberadas a partir do dia 1º; ABC quer se enquadrar na mesma categoria que a capital
SÃO PAULO - O Consórcio Intermunicipal Grande ABC, formado por prefeitos de sete cidades vizinhas à capital paulista, protocolou na noite desta quinta-feira, 28, uma proposta de reconsideração das regras de flexibilização da quarentena na região. O pedido do colegiado de prefeitos foi entregue ao secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.
A decisão do governador João Doria de reabrir a economia na capital paulista, mas não nos 38 municípios da Grande São Paulo, desagradou as autoridades dos municípios vizinhos à capital, que falam em fuga de dinheiro para a cidade de São Paulo e a possibilidade de ver seus munícipes contraindo o coronavírus e lotando suas UTIs.
O documento ressalta que a Região Metropolitana de São Paulo é dividida em seis diferentes Redes Regionais de Atenção à Saúde (RRAS), sendo uma delas correspondente ao Grande ABC. A proposta do Consórcio ABC pede a transição de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra para o mesmo grau da capital na nova fase do plano de retomada econômica do Estado.
O Plano São Paulo, de reabertura da economia, é dividido em cinco etapas. A Grande São Paulo está na primeira fase, a vermelha, que é de alerta máximo, enquanto a capital está na fase dois (laranja), em que atividades imobiliárias, concessionárias,
escritórios, comércios e shoppings center podem ser liberadas a partir do dia 1º de junho.
O ofício foi entregue ao secretário estadual pelo presidente do Consórcio ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão. "A expectativa do colegiado de prefeitos é que o governador acolha o pedido e faça o anúncio amanhã (29), durante coletiva de imprensa", afirmou Maranhão.
Vinholi disse ter dialogado com os prefeitos da região metropolitana. "A maioria fez um trabalho excepcional e ninguém quer ficar no vermelho. O que causou alguma diferença foi a capacidade hospitalar. Há um pleito deles pela subdivisão da região metropolitana pelas seis regiões de saúde que será avaliado pelo comitê de contingenciamento. Estamos discutindo o que podemos avançar na destinação de novos leitos para melhorar os índices."