Prefeitura de SP tomba caminho histórico e 23 imóveis da Liberdade
Decisão protege traçado das Ruas da Glória e do Lavapés; lista de novos tombamentos inclui sede do 1º DP (Sé) e antiga Lega Italica
SÃO PAULO - A Prefeitura de São Paulo homologou nesta terça-feira, 23, o tombamento do traçado e da geometria sinuosa do caminho histórico das ruas da Glória e do Lavapés, na Liberdade, zona central da capital. A determinação também inclui 23 casarios, edifícios e casas operárias do entorno, entre os quais estão o antigo prédio da associação Lega Italica e a atual do 1º Distrito Policial (Sé).
O tombamento foi aprovado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) em março de 2018. A decisão descartou outros 26 imóveis que também haviam sido originalmente indicados como bens de interesse.
O caminho parte da região central da cidade em direção a Santos, passando pelo Ipiranga, na zona sul, que era percorrido por tropeiros antes das ferrovias. A resolução de tombamento reitera que trajeto precisa ser "requalificado" por concentrar "importantes elementos físicos e culturais da identidade paulistana".
O texto também ressalta que as áreas a serem preservadas "incluem uma dimensão sócio-cultural da história, do cotidiano e da paisagem local, para além dos aspectos da arquitetura em si". Além disso, aponta que o traçado e a geografia dessas ruas são "testemunhos do processo de urbanização da cidade e da sua paisagem cultural".
O tombamento ainda prevê a preservação, enquanto "lugar de interesse paisagístico e ambiental", dos remanescentes da encosta do Antigo Morro do Piolho, considerado um mirante natural da várzea do Rio Tamanduateí.
Com a homologação, qualquer intervenção (tais como instalação de mobiliário urbano e pavimentação) nos logradouros e nas calçadas do perímetro tombado precisa ser previamente analisada pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) e pelo Conpresp. Além disso, em casos que afetem o subsolo, também será obrigatória a manifestação do Centro de Arqueologia de São Paulo (Casp).
Com exceção da sede do 1º DP, que foi integralmente tombado, os demais imóveis precisarão preservar apenas as características arquitetônicas externas.