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Prefeitura deverá ceder parques e CEUs para rolezinhos

Secretário da Igualdade Racial, Netinho de Paula, disse que a Prefeitura receberá um projeto dos jovens para que espaços sejam disponibilizados

15 fev 2014 - 15h55
(atualizado às 18h09)
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O Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, recebeu o primeiro rolezinho com o aval da prefeitura
O Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, recebeu o primeiro rolezinho com o aval da prefeitura
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Antes de se reunir para um "rolezinho" no Parque do Ibirapuera, um grupo de jovens se encontrou com membros do Ministério Público paulista, com o secretário da Igualdade Racial, Netinho de Paula (PCdoB), e com representantes dos shoppings para debater uma solução para que os encontros de jovens possam ocorrer sem repressão ou constrangimentos. O secretário informou que o prefeito Fernando Haddad deverá receber os "rolezeiros" na próxima semana, em uma reunião que terá representantes de diversas secretarias para definir de que maneira o poder público pode viabilizar espaços para os encontros.

Para o promotor de Habitação, José Carlos de Freitas, não há uma fórmula ou um pacote fechado para o tema e os encontros servem para que uma solução conjunta possa ser encontrada. "Estou vindo aqui para ouvi-los. Fico feliz em saber que a Prefeitura tem franqueado espaço para os jovens. Na cidade, tem gente privatizando espaço público sem retorno para a sociedade. Há espaços ociosos e indevidamente ocupados por grupos fechados, sem retorno para a sociedade", disse ele.

Jonathan David, o Mc Chaveirinho, porta-voz dos jovens, disse que a proposta de seu grupo não é apenas fazer funk. "O rolezinho não pensa só em funk, mas em cidadania, em representar a cultura negra, pobre e favelada. Estamos brigando pelos nossos direitos. O rolezinho não é só para fazer funk e tirar foto. Queremos buscar coisas boas para a gente", disse ele.

Chaveirinho disse que os jovens querem ser tratados como qualquer outra pessoa. "Não como animais, como já aconteceu", disse ele. Luciana Bérgamo, promotora da Infância e Juventude, disse que é preciso partir de uma premissa de que o direito de ir e vir tem de ser respeitado. "Preferimos dar início pela mediação do que pelo judiciário. Nos reunimos com alguns que estão aqui presentes e queremos a disponibilização de espaços públicos para que esses encontros possam ser realizados".

O secretário Netinho de Paula disse que é interesse da Prefeitura ceder espaços para que os encontros possam acontecer em segurança, como os parques municipais e os Centros de Educação Unificados (CEUs). "Sexta-feira eles vão levar um projeto, demonstrando interesse em trabalhar com a Prefeitura. Estamos prontos para receber essa demanda", disse ele.

Luiz Fernando Pinto Veiga, da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abasce), afirma que os espaços não foram concebidos para grandes manifestações, mas que a predisposição dos estabelecimentos é "do bem". "Todos podem frequentar o shopping. Tem portas abertas para todos. Desde que de forma organizada", disse ele.

Fonte: Terra
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