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Presidente da Sabesp diz que CPI sobre água é "teatrinho"

15 out 2014 - 10h51
(atualizado às 11h05)
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Uma gravação feita no dia 8 de outubro, durante a reunião pública da CPI da Câmara Municipal de São Paulo sobre o contrato da Sabesp com a capital registrou o momento em que a presidente da empresa, Dilma Pena, e o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) classificaram como "teatrinho" a atuação dos vereadores na comissão. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Durante a reunião, Matarazzo tentava tranquilizar Dilma e afirmou que a comissão "não tem a menor consequência (efeito)". Na sequência, a presidente da Sabesp respondeu:"teatrinho". O tucano concordou: "totalmente".

Na sequência do diálogo, Matarazzo enumera os parlamentares membros da CPI, incluindo José Police Neto (PSD), alvo de críticas de Dilma. "Ele (Police Neto) é muito sem-vergonha, a gente ajudou ele tanto e ele jogou os pés no nosso peito", disse a presidente da Sabesp, que foi acalmada mais uma vez pelo tucano. “É assim mesmo”, disse o vereador. "Dilma, vai por mim, não se impressione. Esquece. (...) A consequência é zero, nada", completou.

A sugestão do vereador é que Dilma deixe os parlamentares “gritarem à vontade”.

Questionado pelo jornal sobre a conversa, em nota, Matarazzo afirmou que era um diálogo privado, com trechos truncados. O vereador afirmou que só tentava tranquilizar Dilma.

A presidente da Sabesp, também por meio de nota, afirmou que a "gravação é ilegal e fere o direito constitucional da privacidade". Ela diz que frases pinçadas "distorcem a análise e a informalidade da conversa". Ela ainda elogiou Police Neto, que "atuou altivamente na elaboração do contrato entre a prefeitura, o Estado e a Sabesp".

Apesar da nova declaração, o vereador do PSD disse que pretende abrir um processo contra Dilma. "Dilma Pena sofre de racionamento ético e moral. A CPI fica pequena frente à agressão. Difamação é arma dos que têm baixa reputação", afirmou.

Nesta quarta-feira, em mais uma reunião da CPI da Sabesp na Câmara Municipal, depois de o presidente da comissão declarar abertos os trabalhos, Police Neto voltou a se manifestar. Com Matarazzo e Dilma Pena na plenária, o vereador falou por cerca de dez minutos.

Após lembrar que era presidente da Câmara quando as câmeras e áudio foram liberados para o público, Police Neto disse que jamais se sentiu tão constrangido.

"Minha filha me perguntou se sou muito sem vergonha. Secretária Dilma, a senhora é muito sem-vergonha? Ministro Andrea, o senhor é vagabundo? Tenho certeza que a senhora tem caráter, mas infelizmente a fala de vocês dois é arma dos fracos e não comporta desculpa. O que me trouxe a essa casa foi minha educação. Jamais passei nos meus 42 anos um momento tão constrangedor. Jamais fiquei tão constrangido", afirmou o vereador.

Police disse voltou a falar sobre "falta de ética" em seu discurso no plenário. "Tudo o que é falado aqui é público e temos que atribuir as responsabilidades. Faz parte da nossa democracia. As conversas que podem diminuir não vão deixar de existir. Quem teve a reputação abalada não fui eu. Me preocupo com a CPI, com a Casa, com a repercussão negativa que este episódio pode trazer. Ele deve servir de reflexão do que são nossas CPIs e o que devem ser, promover. Discutíamos o problema da água e passamos a discutir racionamento ético, e esse não se esgota com a chuva", completou.

Em resposta, também na reunião de hoje, Dilma Pena se pronunciou e disse ter se sentido constrangida com a reportagem da Folha de S. Paulo.

"Estou pessoalmente bastante constrangida. Sempre defendi a ética na política pública e resultados para sociedade. A conversa que tive particular e fora do período institucional desta casa com um amigo de longa data me constrange profundamente. Foi um comentário infeliz. Em nenhum momento eu quis ou tive a intenção de macular a missão desta casa e muito menos a pessoa institucional e pessoal de cada um, manifesto aqui o meu constrangimento com essa matéria", afirmou.

Fonte: Terra
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