Professores do PR encerram greve após 44 dias de paralisação
Maioria dos professores aceitou a proposta de reajuste de 3,45% parcelados em três vezes feita pelo governador Beto Richa
Depois de 44 dias de paralisação na segunda greve da categoria no ano, os professores da rede estadual do Paraná decidiram, em assembléia realizada nesta terça-feira no estádio da Vila Capanema, em Curitiba, encerrar a greve e retomar as aulas já a partir de quarta-feira. Por maioria, os cerca de 10 mil presentes decidiram aceitar a proposta de reajuste salarial feita pelo governo do Estado, após negociação intermediada por deputados estaduais.
Após rejeitarem a proposta final do governador Beto Richa de reajuste de 3,45% parcelados em três vezes, os professores decidiram por aceitar a proposta intermediada pela Assembleia Legislativa, que, além dos 3,45% (referentes à inflação de maio a dezembro de 2014) em parcela única, garante à categoria a reposição total das perdas de 2015 em janeiro de 2016 e o pagamento da inflação de 2016 em janeiro de 2017. O compromisso chegou a ser registrado em cartório pelo governador.
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Após a votação, o presidente da APP-Sindicato, Hermes Silva Leão, deu uma entrevista coletiva onde reforçou a decisão da categoria de encerramento da greve. “A maioria decidiu pelo final desta greve. Foi um debate amplo. Temos a compreensão que foi um movimento vitorioso e nós vamos continuar uma luta intensa, em cada local de trabalho, com pais, mães, estudantes e com a sociedade”, declarou. “Retornamos as salas de aula e aos locais de trabalho já amanhã. Sobre o calendário de reposição, já temos um compromisso de uma mesa de debate com o governo na sequência, pois precisamos olhar todas as possibilidades da forma mais adequada que organize tanto para professores e funcionários, como garanta o direito de cada estudante”, acrescentou.
Deflagrada no dia 25 de abril, a segunda greve dos professores (que também pararam em fevereiro) foi marcada pelo massacre sofrido pela categoria no dia 29 de abril, quando cerca de 30 mil professores e simpatizantes que protestavam em frente à Assembleia Legislativa contra a aprovação de um projeto que alterava o sistema de previdência estadual foram atacados por bombas de efeito moral e tiros de bala de borracha pela Polícia Militar, durante cerca de uma hora e meia, até serem dispersados, numa ação que deixou mais de 200 feridos e culminou na demissão do então secretário de Segurança Pública, Fernando Fra
ncischini.