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Protesto no centro do Rio tem black blocs e poucos globais

O ato foi convocado pela internet por um vídeo que conta com a participação de diversos artistas da Rede Globo

31 out 2013 - 17h10
(atualizado às 17h59)
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<p>Manifestante vestido de Batman protesta em frente ao TJ-RJ</p>
Manifestante vestido de Batman protesta em frente ao TJ-RJ
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Cerca de 500 pessoas caminham pelas ruas do centro do Rio de Janeiro na tarde desta quinta-feira, participando do protesto intitulado de Grito da Liberdade, que pede a libertação de pessoas que foram presas em manifestações anteriores. O ato foi convocado pela internet por um vídeo que conta com a participação de diversos artistas globais, como Marcos Palmeira, Mariana Ximenes, Camila Pitanga e Wagner Moura. A concentração começou as 15h, e, do primeiro escalão de artistas, apenas a atriz Leandra Leal passou pelo local, de forma bem rápida.

Cerca de 50 policiais acompanham a movimentação no local. Os manifestantes pretendem passar pela Assembleia Legislativa (Alerj) e descer a avenida Rio Branco até a Candelária, ponto final do protesto. A convocação do ato sustenta que a manifestação será pacífica. Um grupo ligado ao movimento Black Bloc, com alguns mascarados, também participa do protesto, que, por volta das 17h30 já tomava a avenida Rio Branco, interrompendo o trânsito no local.

O ator Luis Henrique Nogueira, que participou da novela Saramandaia, frisou que é preciso que os manifestantes passem suas demandas de forma pacífica. Os distúrbios ocorridos em protestos anteriores acabaram afastando muitas pessoas dos atos, observou Nogueira.

“Todas as camadas da sociedade demoraram a entender o que estava acontecendo. Quando vimos que o Estado não estava sabendo lidar com isso, nos juntamos e fizemos essa reunião. É uma tentativa de paz e de que todas as partes dialoguem sem violência”, afirmou.

Um texto postado no Facebook, que é atribuído ao grupo Grito da Liberdade, pede que haja o “fim do monopólio da mídia, principalmente pelas Organizações Globo”. Nogueira, que ressaltou não ter contrato com a emissora, pontuou que o que está sendo levantado é a participação da imprensa neste processo.

“Na realidade, discute-se o papel da imprensa, e ela mesma está tentando entender essa situação. As questões se ampliaram. Não sou contratado da Globo, e não tenho nada contra nem a favor da emissora”, disse.

A atriz Teresa Seiblitz disse estar no local para protestar contra prisões que classificou como “arbitrárias”. Sobre atos de vandalismo, ela comentou estranhar que a polícia nunca esteja presente quando há quebra-quebra. “Estou aqui por ser uma cidadã. Eu sou contra o sectarismo, mas é uma questão delicada, claro. Comprei um apartamento para mim com o que ganhei numa novela (da Globo). Então, é algo complicado”, disse.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014,
a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em 
São PauloRio de JaneiroCuritiba,
SalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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