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Reabertos há 2 semanas, shoppings veem faturamento desabar

Com horário reduzido, limitação de pessoas e medo dos clientes, as vendas estão em patamar de 15% a 20% do mesmo período de 2019

27 jun 2020 - 13h08
(atualizado às 13h20)
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Reabertos há duas semanas, os shoppings da cidade de São Paulo não engrenaram. Horário reduzido de funcionamento, restrições no número de pessoas e o medo do cliente de se contaminar, mesmo com os empreendimentos seguindo um rígido protocolo, têm resultado no péssimo desempenho. Dependendo do setor, as lojas estão vendendo entre 15% e 20% do que faturavam no mesmo período do ano passado, segundo a Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop) e a Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos).

Funcionário checa temperatura de cliente na entrada de shopping center em São Paulo. 11/6/2020. REUTERS/Amanda Perobelli
Funcionário checa temperatura de cliente na entrada de shopping center em São Paulo. 11/6/2020. REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Do início de março até a primeira quinzena deste mês, os shoppings espalhados pelo País acumulam queda de vendas de quase 70% em relação a épocas normais, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), que reúne os donos de shoppings. "O que temos observado é uma desaceleração na queda das vendas, semana a semana, principalmente nas regiões que iniciaram a retomada primeiro", diz o presidente da Abrasce, Glauco Humai. Hoje são 448 shoppings reabertos no País - 78% do total.

"Com limitação de tempo, sem abertura do setor de alimentação e de lazer, não acontece nada nos shoppings", reclama o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun. Atualmente, entretenimento e alimentação representam, em média, metade da área de vendas dos shoppings, diz. Para Sahyoun, não permitir a abertura das áreas de alimentação é "como cortar um dos braços dos shoppings". O outro braço "cortado", segundo ele, foi a redução do horário de funcionamento para quatro horas.

Pessoas fazem fila do lado de fora de shopping center em São Paulo
11/06/2020
REUTERS/Amanda Perobelli
Pessoas fazem fila do lado de fora de shopping center em São Paulo 11/06/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Tito Bessa, presidente da Ablos, ressalta que com isso o fluxo de consumidores ficou concentrado e os lojistas mal conseguem cobrir a folha de funcionários com a venda obtida nesse curto período. Além disso, a capacidade de receber os clientes foi limitada a 20% da loja. "Não sei se as pessoas não estão indo para a loja ou desistem de ir porque o fluxo é limitado e não vão conseguir entrar", diz, destacando que o que se vê é a rua cheia e o shopping vazio.

Bessa, que também é dono da rede varejista de artigos de vestuário TNG, observa que as lojas de rua reagiram melhor na retomada. Estão fazendo entre 35% a 40% do faturamento do ano passado, enquanto as lojas de shopping entre 15% e 20%.

A expectativa de Sahyoun, o presidente da Alshop, é que tudo melhore com a ampliação do horário de funcionamento de quatro para seis horas na cidade na virada do mês, com a chegada da fase amarela.

Apesar do empenho dos shoppings de cumprir o protocolo por causa da pandemia - medem a temperatura dos clientes, oferecem álcool em gel, demarcaram o chão para promover o distanciamento, não permitem a entrada sem o uso máscaras, por exemplo -, há consumidores que neste momento evitam ir aos shoppings por medo de se contaminar.

A professora Marcela Malta, de 26 anos, chegava a frequentar o shopping próximo de sua casa três vezes por semana. "Ia sempre para fazer uma comprinha, passear e aproveitava para jantar ou tomar um café." Agora, não tem ido, pois mora com a mãe, que está no grupo de risco, e teme ser contaminada.

Estadão
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