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Rio: antes de manifestação, lojas e bancos colocam tapumes em fachadas

10 jul 2013 - 18h30
(atualizado às 20h05)
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Estação do Metro Cinelândia está com seu acesso coberto por tapumes
Estação do Metro Cinelândia está com seu acesso coberto por tapumes
Foto: Ale Silva / Futura Press

A manifestação de trabalhadores que ocorre nesta quinta-feira na Cinelândia, no centro do Rio, levou lojistas e empresários a proteger a fachada de seus estabelecimentos contra possíveis depredações. Várias agências bancárias tiveram seu acesso fechado por tapumes, assim como a estação do Metrô Cinelândia. De acordo com o presidente do Sindicato dos Lojistas do Município do Rio de Janeiro (Sindilojas-RJ), Aldo Gonçalves, dezenas de lojas já estão com tapumes e outras começaram a colocá-los nesta quarta-feira. Sete centrais sindicais organizam o protesto, que terá início às 15h.

Uma guarita da Polícia Militar também foi retirada da praça, segundo a agência Futura Press. O Metrô Rio informou que as estações vão funcionar normalmente, com monitoramento intensivo naquelas por onde passará o protesto.

Segundo o Sindilojas-RJ, o comércio da avenida Rio Branco e das ruas Primeiro de Março, Ouvidor, Assembleia e Sete de Setembro está se precavendo contra as ações de baderneiros. Gonçalves também informou que o fechamento mais cedo do comércio vai depender do movimento das ruas. "A nossa entidade de classe pede que o lojista fique atento ao movimento das ruas. Dependendo do clima, o comércio deve fechar as portas mais cedo e dispensar os funcionários", disse.

Nas últimas manifestações ocorridas em junho, o centro do Rio sofreu com a ação de vândalos. Na avenida Presidente Vargas, os estragos foram desde postes derrubados, semáforos quebrados a pontos de ônibus depredados.

Segundo o presidente do Sindilojas-RJ, os comerciantes do centro do Rio estimam um prejuízo de R$ 150 milhões com a manifestação marcada para amanhã. "O comércio do Rio fatura diariamente cerca de R$ 690 milhões e somente na região central da cidade o prejuízo será da ordem de R$ 150 milhões. Isso porque muita gente deixa de comprar, devido ao clima de tensão e insegurança da população com medo das depredações."

A manifestação marca o Dia Nacional de Luta e reivindica melhorias no sistema de transporte, da educação e saúde; redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário; direitos humanos; e o fim dos leilões de petróleo, entre outros.

De acordo com o presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Ronaldo Leite, foram os sindicatos que organizaram e convocaram outros segmentos, mas como as exigências em pauta atendem a população em geral, vários movimentos sociais foram solidários à causa, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). "Convidamos o MST para participar do ato. Há possibilidade deles fecharem as rodovias próximas aos assentamentos, mas nada foi confirmado ainda", disse Leite.

Os funcionários dos Correios, segundo Ronaldo, farão uma assembleia esta noite para definir como vão participar do Dia Nacional de Luta. "Acredito que os Correios fechem o principal centro de operação, localizado em Benfica (região central da capital fluminense), e que prolonguem a paralisação por 24 horas, mas ainda não temos a confirmação de tais atividades", disse.

A diretora do Sindicato dos Bancários, Vera Luisa, informou que os bancários que trabalham nas agências do centro do Rio não deverão trabalhar amanhã. "As agências da avenida Rio Branco e da Praça Pio X, onde se concentram o maior número de bancos, ficarão em greve. Como nossa briga não é contra a população, não queremos prejudicá-la, por isso o autoatendimento e os caixas eletrônicos estarão disponíveis. Estamos apenas sendo solidários à classe trabalhadora", disse.

O transporte público (barcas, metrô, trem e ônibus) vai operar normalmente, segundo os sindicatos e as empresas do segmento. A Secretaria Municipal de Educação informou que as escolas terão aulas regularmente. A Polícia Militar (PM) informou que o patrulhamento será reforçado no centro da cidade, da mesma maneira como ocorreu nas últimas manifestações. Nenhum esquema especial está sendo organizado.

Veja a lista divulgada pela Força Sindical das cidades que devem participar do dia de paralisações:

ESTADO CIDADES
Amazonas Manaus
Alagoas Maceió
Bahia Salvador, Itabuna, Alagoinhas, Brumado, Caetité, Jequié, Camaçari, Nazaré, São Roque e Itabuna
Ceará Fortaleza
Distrito Federal Brasília
Espírito Santo Vitória
Goiás Catalão e Anápolis
Mato Grosso Cuiabá
Mato Grosso do Sul Campo Grande
Minas Gerais Belo Horizonte e Ipatinga
Pará Belém
Paraná Curitiba
Pernambuco Recife
Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Volta Redonda e Resende
Rio Grande do Norte Natal
Rio Grande do Sul Porto Alegre e Região Metropolitana
Santa Catarina Florianópolis, Criciúma, Itajaí e Chapecó
São Paulo São Paulo, Osasco, Santo André, Guarulhos, São Caetano, Santos, Barretos, Marília, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Franca, Santos, Sorocaba, São José dos Campos, Lorena, Araçatuba, entre outras.
Sergipe Aracaju

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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